Soldados filipinos repeliram um ataque rebelde maoista contra uma vila remota numa instável ilha no sul do país, matando dezenas de guerrilheiros, disse um porta-voz do Exército esta segunda-feira. Foi o mais recente incidente em meio à intensificação das atividades rebeldes no último mês.
Os guerrilheiros aumentaram as suas atividades antes da retomada das negociações de paz entre representantes do governo e de grupos rebeldes em Oslo no final deste mês. Os diálogos têm como objetivo estabelecer um acordo político que encerre os 40 anos de rebelião, que já matou 40 mil pessoas e afastou os investidores do país.
Um integrante de uma milícia local também foi morto quando cerca de 100 rebeldes do Novo Exército do Povo (NPA) desembarcaram no domingo na província de Agusan del Sur, localizada na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, disse o major Engenio Osias. “Eles estavam a procura de alimentos e obrigaram os moradores a se unir ao movimento rebelde. Mas um pequeno grupo de milicianos lutou (contra os invasores), iniciando uma batalha de cerca de uma hora contra os guerrilheiros”, disse Osias a jornalistas.
Tropas, com o apoio de helicópteros, deram reforço às milícias, obrigando o recuo dos rebeldes maoistas. Soldados encontraram ao menos uma dúzia de corpos no vilarejo. O ataque rebelde ocorreu dois dias depois que policiais impediram uma tentativa de cerca de 200 guerrilheiros de atacar uma delegacia de polícia em outra parte da província de Agusan. Soldados também haviam sido mobilizados rapidamente para dar reforço aos policiais.
Os rebeldes do Novo Exército do Povo são ativos em quase todas as 80 províncias do país e intensificaram as suas atividades de guerrilha nas comunidades rurais das Filipinas, tendo como alvo fazendas, minas, produções de madeira e outros negócios para aumentar os fundos. A falta de segurança é citada como um dos motivos pelo qual o setor de mineração, que tem grande potencial lucrativo — as Filipinas tem uma riqueza mineral estimada em 1 trilhão de dólares — não conseguiu se desenvolver.
O Novo Exército do Povo vem lutando para derrubar o governo central há mais de quatro décadas. Negociações de paz foram retomadas este ano após um intervalo de mais de seis anos, mas o fim do conflito permanece incerto.