Um tribunal egípcio condenou um proeminente ativista a cinco anos de prisão nesta segunda-feira por violação dos limites em manifestações, no meio de uma das repressões mais duras sobre a dissidência na história do Egito. Depois que o veredicto foi lido, gritos de “Abaixo, abaixo ao governo militar!” ecoaram na sala de audiência lotada de seguidores de Alaa Abdel Fattah, uma figura secular líder da revolta de 2011 que derrubou o autocrata Hosni Mubarak.
O engenheiro de software e blogueiro foi originalmente condenado à revelia a 15 anos de prisão, junto a outras 24 pessoas, antes que um novo julgamento foi ordenado.
Abdel Fattah é um dos vários ativistas presos desde que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, em meados de 2013, e reprimiu seu movimento, a Irmandade Muçulmana, e ativistas seculares pró-democracia.
Outro acusado, Ahmed Abdulrahman, também recebeu cinco anos de prisão; outros 18 réus receberam uma pena de três anos; e outros que foram julgados à revelia foram condenados a 15 anos. O advogado de Abdulrahman disse que seu cliente irá recorrer.
O mesmo tribunal também adiou para 8 de março o julgamento de dois jornalistas de televisão da rede Al Jazeera acusados de ajudarem uma organização terrorista, uma referência à Irmandade Muçulmana.
Activistas egípcios dizem que a dissidência política está sendo sufocada, já que autoridades da polícia estatal de Mubarak estão sendo gradualmente reabilitadas.