Um motorista de autocarro escolar e seus dois irmãos foram presos depois de três mulheres terem sido encontradas vivas numa casa de Cleveland, cerca de uma década depois de desaparecerem separadamente.
As autoridades foram alertadas para o paradeiro das desaparecidas na noite de Segunda-feira, graças a um telefonema desesperado de uma delas, que pouco antes havia sido libertada da casa por um vizinho que ouviu gritos e foi ao seu socorro.
“Ajuda-me! Sou Amanda Berry… Fui sequestrada e estou desaparecida há dez anos, e estou aqui. Estou livre agora”, disse Berry, de 26 anos, em telefonema serviço de emergência dos EUA.
A gravação foi liberada pela polícia e divulgada na internet. Berry havia sido vista pela última vez deixando o seu emprego numa lanchonete, na véspera de completar 17 anos, em Abril de 2003.
As duas mulheres encontradas com ela foram identificadas pelas autoridades como Gina de Jesus, de 23 anos, que desapareceu no trajecto da escola para casa, em 2004, aos 14 anos, e Michelle Knight, que tinha 18 ou 19 anos ao desaparecer em 2002. Um médico do hospital MetroHealth, para onde as três mulheres foram levadas, disse que elas parecem estar em boas condições.
O cativeiro fica próximo dos lugares onde as moças foram vistas pela última vez, e a polícia acredita que elas passaram o tempo todo dentro da casa. As circunstâncias dos aparentes sequestros e cativeiros continuam obscuras, mas as autoridades prometeram revelar mais detalhes numa entrevista colectiva, esta Terça-feira.
Durante a ligação para o serviço de emergência, Berry citou o nome do suposto sequestrador, disse que ele havia saído de casa e pediu à polícia que aparecesse logo, antes que o homem voltasse. Ela deu a entender que sabia da repercussão na mídia que o seu desaparecimento teve anos atrás.
O vizinho que a ajudou, Charles Ramsey, disse que auxilio Berry a arrombar a porta e que ela saiu da casa com “uma menininha”. As autoridades, porém, não disseram nada sobre a presença de crianças na casa.
Não há tampouco informações sobre uma quarta menina desaparecida, Ashley Summers, que sumiu no mesmo bairro em Julho de 2007, aos 14 anos, num caso investigado por suas possíveis ligações com os de Berry e De Jesus, segundo o site do Projeto Charley, que documenta mais de 9.000 casos de pessoas desaparecidas.
Os suspeitos pelo sequestro, com idades entre 50 e 54 anos, foram presos com base nas informações fornecidas pelas três mulheres, segundo o subchefe de polícia Ed Tomba.
Um dos homens foi identificado como Ariel Castro, 52 anos, que trabalhava como motorista de autocarro para escolas públicas, e que foi apontado por um tio como dono do imóvel que servia de cativeiro.