Três mineiros moçambicanos, que trabalhavam na companhia Impala Platinum Mine, contraíram ferimentos entre graves e ligeiros, em consequência do ataque protagonizado por seus colegas sul-africanos quando se dirigiam aos seus postos de trabalho.
Um comunicado do Ministério do Trabalho (MITRAB) destaca que um dos três mineiros moçambicanos contraiu ferimentos graves tendo sofrido uma fractura no braço, lesões na cabeça e nas pernas, mas o seu estado de saúde e’ satisfatório.
A referida mina está encerrada devido ao recrudescimento da violência e dispersão dos trabalhadores facto que dificulta a obtenção de informação sobre o sucedido apesar de alguns sectores estarem a operar sob forte segurança policial.
“A Polícia, o hospital local e populares têm sido as principais fontes, incluindo a própria mina que, no entanto, não têm o controlo de todo o efectivo neste momento e o próprio processo de inscrição de mineiros para o reinício das actividades continua lento”, revela o MITRAB.
Na procura de uma saída satisfatória, o Secretário-geral da Confederação dos Sindicatos Sul-africanos (COSATU), apelou aos grevistas para retomarem os seus postos de trabalho. O apelo foi lançado esta semana durante um comício realizado a região de Rustenburg, onde fica localizada a mina. Na ocasião, o sindicalista responsabilizou a gerência da Impala Platinum Mine pela greve em curso por, alegadamente, proceder a aumentos salariais discriminando os operadores das máquinas perfuradoras, vulgos RDOs.
O Comandante do Posto policial de Phokeng, em Rustenburg, África do Sul, em contacto com a equipa moçambicana do MITRAB que visitou o local, incluindo os doentes internados um hospital local assegurou que nenhum moçambicano morreu em consequência deste incidente.
As autoridades policiais, que protegem a zona, revelaram que as escaramuças fizeram três vítimas mortais, uma das quais de nacionalidade sul-africana que morreu durante os confrontos entre os grevistas e a polícia.
Um outro mineiro, de nacionalidade sutho – mas que chegou a ser confundido como moçambicano – foi assassinado quando se dirigia ao trabalho, no quadro das intimidações levadas a cabo pelos manifestantes, segundo apurou a equipa do MITRAB.
A Polícia, ainda não confirmou a existência de uma terceira vitima. A dificuldade na identificação das vítimas deve-se a questões de segurança, bem como ao sistema montado pela companhia que identifica a pessoa somente através do número individual (Industry Number).
A readmissão dos 17.200 mineiros expulsos em consequência da greve prossegue, tendo sido readmitidos, até ao momento cerca de 8.000 trabalhadores, maioritariamente moçambicanos, que totalizam na mina 1.860. A greve, segundo os gestores, já prejudicou até à esta quinta semana consecutiva, 1.6 biliões de Rands.