Os utilizadores do transporte semi-colectivo de passageiros na rota que liga Moçambique a Africa do Sul, através do posto fronteiriço de Ressano Garcia, queixam-se de serem despojados de valores monetários e bens de valor, incluindo violação sexual, protagonizados por transportadores “piratas” que operam na via.
Uma cidadã nacional que normalmente cruza a fronteira de Ressano Garcia, entrando para a Africa do Sul, para a compra de produtos para a revenda em Maputo, disse que há cerca de um mês foi vitima desta rede de malfeitores que lhe roubaram bens pessoais como jóias e 23 mil Rands em dinheiro.
Ela revelou que depois do roubo, os malfeitores projectaram-lhe para fora com o veículo em movimento e, como consequência, contraiu ferimentos graves encontrandose neste momento a convalescer depois de ter recebido tratamento médico.
Devido a estas acções macabras, os utentes assim como os transportadores legais estão preocupados. Estes últimos devido a redução do volume de negócios, facto que é agravado porque os transportadores “piratas” estão a praticar preços que variam entre 100 e 120 Rands por passagem contra os 180 praticados pelos operadores legais. A Associação Npfuno, que opera na rota, lança um apelo aos passageiros que se deslocam a Africa do Sul para o fazerem em viaturas devidamente autorizadas, explicando que uma das estratégias para identificar se o operador é ou não legal é que os legalizados exigem sempre identificação dos viajantes para efeitos de controlo.
Este controlo, que é feito através de um registo, visa a salvaguarda dos interesses não só do operador como também dos passageiros durante a viagem. Os operadores dizem que a proliferação de transportadores “piratas” naquela rota surge pelo facto de não existir um mecanismo de controlo por parte do Ministério dos Transportes e Comunicações, entidade encarregue pela emissão de licenças para a realização de viagens internacionais.