O bairro de Mahlapswene, na cidade da Matola, foi na passada sexta-feira, assolado por protestos protagonizados pelos transportadores semi-colectivos de passageiros que operam naquela zona. Em causa, está a mudança do terminal dos semi-colectivos para o interior do bairro.
Trata-se de um cenário causado pela transferência do mercado para o interior do bairro de Mahlapswene, que na passada quinta-feira, a edilidade daquele Município decidiu fazer. Como consequência disso, o terminal dos semi-colectivos passaria para o local onde o mercado se encontra agora estabelecido, pouco mais de quinhentos metros em relação ao antigo terminal. Por seu turno, os transportadores decidiram paralisar as suas actividades, como forma de protesto, impedindo que outros, ainda que não tivessem a mesma insatisfação, o fizessem.
Segundo os manifestantes, a polícia municipal obriga aos transportadores a usarem o novo terminal. Estes, por sua vez, decidiram que caso tenham que passar a usar o novo terminal, os preços também deverão subir, passando desta forma a cobrar 7,50 Mt nas zonas onde cobravam 5,00Mt e 10Mt nas zonas onde se cobrava 7,50Mt. Esta medida foi prontamente repudiada pela polícia, sob alegação de não haver espaço para agravamento de tarifas no município da Matola. A paralisação das suas actividades, até que a situação fique resolvida, foi o caminho encontrado pelos “chapeiros” para se opor a medida ora estabelecida.
Testemunhas afirmaram que a manifestação começou por volta da 11 horas, da Sexta-Feira, e imediatamente, um contingente policial, constituído por agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) e agentes da Polícia de Protecção(PRM), foi solicitado para repor a ordem. Segundo um agente da polícia municipal, a solicitação das forcas policiais foi para impedir que os “chapeiros” não vandalizassem os outros carros que circulavam normalmente. “A polícia só veio escoltar os autocarros que estavam na eminência de ser vandalizados pelos manifestantes”.
De acordo com um dos motoristas, interpelado pelo @Verdade, a polícia quando chegou, começou a dispara para o ar, como forma de dispersar os manifestantes. Foi na correria causada pelo medo dos disparos que muitas pessoas cairam e foram pisoteadas por outras, o que causou ferimentos a alguns dos manifestantes.
Em conversa telefónica com o edil da Matola, Arão Nhancale, este considera que a medida que culminou com a transferência do mercado e consequentemente com a adopção do novo terminal dos semi-colectivos, foi bem pensada, a avaliar pelo facto da paragem assim, como a antiga terminal estarem a beira da Estrada Nacional No 4, que é uma via onde os carros circulam a alta velocidade. No que tange ao agravamento das tarifas, Nhancale disse que essa medida não e tomada de forma arbitrária, ou seja não cabe a um grupo de operadores de uma rota tomar tal decisão porque existem estruturas competentes para tal tipo de casos.