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Trânsito em Maputo: vias dolorosas

Hoje, circular, sobretudo de automóvel, na cidade de Maputo tornou-se uma autêntica via dolorosa, devido a falta de regras ditada pelas frequentes avarias dos sinais luminosos e não só.’É de facto uma situação desgastante’, disse desesperado um automobilista. Mesmo com a polícia que se esforça em regular o trânsito por si caótico, são visíveis os inúmeros carros que se confinam no centro comum das avenidas.

“Tem sido uma missão impossível seguir para qualquer sentido e direcção”. Enquanto isso, os peões vão se sujeitando a atravessar de forma desordeira e perigosa, uma vez que, mesmo as passadeiras estão votadas aos caprichos dos automobilistas menos prudentes.

Alguns semáforos chegam a ficar semanas sem funcionar. O cruzamento das avenidas Eduardo Mondlane e Mártires da Machava é um exemplo claro. Há muito que os sinais luminosos por ali deixaram de operar. Alguns utentes calculam em meses, outros contam semanas. Para circular, os automobilistas passam por um exercício invulgar. ?

Das sete horas às 20 que estamos nas estradas, todos dias, a atenção aumenta quando chegamos aqui porque mínimo descuido pode dar em acidente?, disse um motorista de transportadores semicolectivos. “Desde que os sinais avariaram, qualquer automobilista que vem da Av. Mártires da Machava guia-se pelo movimento dos carros que sobem e descem na Av. Eduardo Mondlane, mas é preciso ter muita cautela, porque a vista também pode falhar”, acrescentou.

Outro ponto aflitivo cita entre a Joaquim Chissano e avenida de Angola. Ali, os semáforos não funcionam há dois meses e meio. A polícia está sempre presente, mas a desordem continua até as 18 horas quando o tráfego começa a baixar. O cruzamento foi reabilitado há dois meses e os semáforos não.

Além das enormes filas de viaturas que prosseguem numa marcha lenta, vê-se peões que arriscam num suicídio atravessando entre os carros.

“É esta a nossa rotina e já estamos habituados”, dizem. Mas o problema por ali, não se resume apenas nos congestionamentos e avaria de semáforos.

“Esta zona é potencialmente rentável para os polícias que trabalham aqui”, disse um transportador de passageiros. “Eu pessoalmente já fui extorquido mais de cinco vezes durante este ano. O que parece é que os polícias gostam desta situação”.

A par com os cruzamentos da Mártires da Machava no bairro da Polana Cimento e Joaquim Chissano em Maxaquene, a Av. Julius Nyerere em Hulene é igualmente um dos lugares onde os semáforos avariaram há dias e os automobilistas conduzem entregues a sua sorte.

Geralmente, sobretudo nas horas de ponta a fila do engarrafamento chega a ter dois quilómetros de distância e dura três a quatro horas de tempo, como testemunhamos na manhã do último sábado.

Com efeito, as estruturas competentes reconhecem o problema e afirmam que a maior parte deles, deriva das oscilações de energia eléctrica e do roubo de tampas metálicas nos controladores dos aparelhos.

“São problemas provocados pelas constantes oscilações da rede da Electricidade de Moçambique. A par desta situação adiciona-se o derrube de semáforos, por parte dos automobilistas, incluindo ambulâncias”, justifica João Matlombe.

Nos últimos dias, a edilidade de Maputo regista com alguma preocupação o fenómeno do roubo de tampas dos controladores, algo que segundo o vereador do pelouro dos transportes e trânsito também dificulta o pleno funcionamento dos semáforos.

“Até Abril de 2011 o conselho municipal vai colocar mais semáforos em alguns pontos considerados críticos na circulação rodoviária”, garante.

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