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Trabalho, Emprego e Segurança Social: 29 funcionários aptos a lidar com pessoas surdas

Trabalho

Um total de 29 funcionários, de diferentes unidades orgânicas do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social – MITESS, terminou quinta-feira, 21 de Setembro, em Maputo, o 1º curso de Linguagem de Sinais, levado a cabo pelo Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC) e pela a Associação dos Surdos de Moçambique (ASUMO).

Trata-se de 23 funcionários do IFPELAC, três do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), dois do Instituto Nacional de Emprego (INEP) e um da Comissão de Mediação e Arbitragem Laboral (COMAL) que, terminada a formação, receberam os respectivos certificados de participação.

O curso, que decorreu entre 22 de Maio e 18 de Agosto deste ano, teve por objectivo dotar os funcionários do MITESS de ferramentas para que possam alargar a prestação de serviços às pessoas surdas, que antes desta iniciativa não tinham enquadramento.

No discurso que marcou a cerimónia de encerramento, a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, referiu que este “1º curso de Linguagem de Sinais, ministrado pelo IFPELAC, é fruto da implementação do Memorando de Entendimento rubricado entre este instituto de formação e a Associação de Surdos de Moçambique (ASUMO), em Setembro de 2016”.

Avançou, em seguida, que “esta acção vem dar resposta às expectativas dos nossos cidadãos, em particular os jovens deficientes, de terem a oportunidade de se prepararem profissionalmente para o mercado de trabalho, com a necessária qualidade e relevância, através da formação profissional”.

“É também a nossa resposta, como Governo, à criação de condições para a integração laboral de surdos e mudos, através da formação profissional”, acrescentou Vitória Diogo.

Na ocasião, a governante referiu que estes 29 funcionários do MITESS, ora formados em Linguagem de Sinais, juntar-se-ão aos 291.022 outros cidadãos formados no IFPELAC desde 2015 até Junho de 2017, dos quais 247.369 são jovens e 101.858 mulheres. Intervindo também no evento, o presidente da ASUMO, Agostinho Foliche, por sua vez destacou a importância do 1º curso de Linguagem de Sinais, avançando que é a primeira vez que esta iniciativa governamental tem lugar no nosso País.

“A nível das instituições do Estado nunca tivemos uma oportunidade igual, pelo que esta iniciativa do MITESS deixa-nos bastante orgulhosos. Estamos eternamente agradecidos”, assumiu Agostinho Foliche.

Por fim, o presidente da ASUMO recomendou aos formandos para que pratiquem a língua de sinais aprendida no curso, sobretudo buscando dialogar com as pessoas surdas, por forma a aprimorar os seus conhecimentos. Falando em representação dos formandos, Raúl Afo, funcionário afecto ao IFPELAC, considerou que o curso serviu para contrariar a ideia que muitos participantes tinham, de que comunicar em língua de sinais é algo bastante complicado.

“Com o decorrer da formação, pudemos compreender que a linguagem de sinais é apenas mais uma língua”, garantiu, acrescentando que os 29 formandos estão agora habilitados “a sinalizar, a comunicar com as mãos e a interpretar o silêncio”. Num outro desenvolvimento, os formandos asseguraram que o curso foi importante pois proporcionou um ensino inclusivo aos funcionários do MITESS.

“Estamos prontos para ajudar a pessoa surda nas nossas instituições. Aceitamos a responsabilidade de usar a língua de sinais nas nossas actividades diárias”, manifestou Raúl Afo, tendo na ocasião pedido à ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social a criação de mais níveis de formação em linguagem de sinais para os funcionários.

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