Os trabalhadores da Açucareira de Moçambique no posto administrativo de Mafambisse, no distrito do Dondo na província central de Sofala, observam, desde Sexta-feira, uma greve exigindo o pagamento de um bónus normalmente pago no fim de cada campanha.
A greve, caracterizada pela retenção de alguns instrumentos de trabalho, por pouco degenerava em violência se não fosse a pronta intervenção das autoridades policiais, que serenou os ânimos.
A direcção da empresa, segundo o Jornal ‘Notícias’, concede normalmente o bónus aos trabalhadores no fim de cada campanha, caso sejam cumpridas as metas traçadas.
No entanto, a massa laboral afirma que desta vez a direcção decidiu não o fazer, apesar de vários apelos nesse sentido e desconhece as razões da tal decisão.
“Não era nossa intenção fazer greve, mas chegámos ao extremo porque infelizmente os nossos compatriotas que estão do lado do patronato não se dignaram a nos defender e informar aos patrões que é uma tradição dar o bónus no fim de cada campanha, principalmente quando a mesma tiver sido bem sucedida, tal como ocorreu desta vez”, disse um dos trabalhadores na condição de anónimo.
A massa laboral não avançou o valor do bónus, remetendo a questão à direcção da empresa. “Nós queremos que esta tradição não se quebre, mesmo que seja pouco que o patronato nos dê. Agora, o que não admitimos é que nos seja vedada a via de diálogo só para confiar a repreensão da polícia”.
Entretanto, o comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, Joaquim Nido, disse que a sua corporação está no local para manter a ordem e segurança públicas.
Nido reconhece que a greve é permitida constitucionalmente, mas que a mesma não deve degenerar em violência, tendo afirmado que a situação está sob controlo.