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Trabalhadores da recém inaugurada Central Térmica de Ressano Garcia estiveram de greve

Trabalhadores da recém inaugurada Central Térmica de Ressano Garcia estiveram de greve

Mais de meia centena de trabalhadores da “Murray and Roberts”, uma empresa subcontratada pela Electricidade de Moçambique (EDM) e pela Sasol New Energy para a construção da Central Térmica do Ressano Garcia (CTRG), na vila fronteiriça de Ressano Garcia, paralisaram as suas actividades entre segunda-feira (01) e quarta-feira (03) para reivindicar melhores condições de trabalho que passam pelo pagamento das horas extras em atraso e o fim das disparidade de salariais. A CTRG foi inaugurada na semana passada pelo Presidente Armando Guebuza e teve um investimento de 250 milhões de dólares norte-americanos.

A interrupção voluntária e colectiva de funções teve início na manhã de segunda-feira, quando os funcionários recusaram assinar contractos de trabalho com a firma em alusão, alegando que eram precários. Esta situação fez com que eles fossem proibidos de entrar na CTRG. Em seguida, gerou-se alvoroço e um ambiente de cortar à faca, de tal sorte que os trabalhadores mantiveram alguns patrões sul-africanos retidos nas instalações da CTRG.

Segundo informações colhidas pelo @Verdade, os empregados da “Murray and Roberts” foram contratados no ano passado. Desde essa altura, os seus vencimentos não são pagos nem as horas extras. Quando eles reclamam junto do patronato, este ameaça desencadear despedimentos em massa. O grupo assegurou-nos que as graves acontecem constantemente e o patronato tem estado a melhorar as condições de trabalho em função disso.

“O nosso patrão obriga-nos a trabalhar fora da hora normal mas no fim do mês não há salário. Um assistente sul-africano aufere mais de 20 mil rands, contra quatro mil meticais auferidos por um moçambicano com uma categoria superior a esta. Quando reivindicamos o patrão diz que vai nos despedir porque o nosso Governo impôs que eles devem pagar o que estão a pagar”, disse Armando Chaima, trabalhador de 38 anos de idade.

Chaima explicou que ele e os colegas negaram assinar os contractos porque dão mais privilégios aos patrão a ponto de ele ter a prerrogativa de efectuar despedimento quando lhe apetecer.

Elias Mubussa, outro empregado em greve, a “Murray and Roberts” tem feito promessas que depois não as cumpres. “O que nos faz paralisar os trabalhos é a falta de pagamento de salários de Março a esta parte e o problema relacionado com os contractos precários. O patrão não está a ser sério… quando nos queixamos ameaça nos despedir”.

O problema a que nos referimos ficou abafado quando chegou uma equipa da Direcção Provincial do Trabalho, a qual ordenou que os cidadãos sul-africanos e finlandeses que estavam detidos fossem postos em liberdade para que se resolvesse o caso urgentemente.

De acordo com Olga Manjate, directora provincial do Trabalho, os contractos dos reclamantes serão revistos até esta quinta-feira (04). Os salários em atraso deverão igualmente pagos dentro de 72 horas.

Refira-se que a CTRG, com capacidade para a produção de 180 MW de energia a partir de gás natural, é a maior central no país construída de raiz e destinada ao abastecimento de energia eléctrica à zona sul do país, foi inaugurada a 28 de Agosto.

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