Este, na verdade, é um trecho da controversa música “Minha Geração” do não menos conhecido e crítico Azagaia. E esta na precisão é a nota que devia ter sido publicada há “séculos” ante o sucedido e já de conhecimento de muitos. “Tirem as AKMs e olhem para a nossa Polícia”. Este é o nosso objecto para a reflexão de hoje. Que quer nos transmitir o Azagaia quando o profere?
Permitam-me antes apresentar duas teses análogas sustentadas por muitos: Sendo o Azagaia crítico, aqui ele estará a criticar a nossa corporação na forma da sua actuação, pelo que se aproveita daquele peso para se impor seja na manutenção da ordem ou no seu abuso. A outra faz referência ao aspecto físico do próprio agente da lei e ordem, pelo que terá cantado certa vez que “os nossos polícias são magrinhos sem postura”.
Ora, eu não vou de encontro com nenhuma dessas duas teses. São muito discutíveis e se fosse tese de alguma academia faria tanto gosto em ser oponente e mandar voltar alguns à carteira.
Na minha opinião e longe dessas análises supracitadas acima, penso que este trecho refl ecte sim e mais do que o porte físico, mais do que a sua actuação a sua vivência como homem que passa necessidades e precisa de se alimentar a si como aos seus. Mas vamos decapitar esta tese por partes:
1. Tirar a Akapayemi: Não sou formado em nenhuma ciência policial ou especialista em assuntos militares mas é sabido por mim, fruto de alguma pesquisa, que o “Fuzil Automático Kalashnikov” sobejamente conhecido nas ruas russas, desenhado no longínquo ano de 1950 e melhorado em 59 com cadência de 600 tiros por minuto a um alcance efectivo de 100 metros e 1000 com ajustes na mira, é uma arma de guerra e com um peso reduzido de um quilograma.
Por essas razões, quanto a mim, a AKM não só fica mal para a postura de um país pacífico como o nosso, como também constitui um peso terrível para o pacato polícia que tem de se fazer a estrada todo o sagrado minuto faça chuva, faça sol. Devíamos arrancar esta arma do nosso polícia ou usá-la em ocasiões específicas onde ela é necessária, claro.
2. E olhem para a nossa Polícia: Aqui é fácil cogitar. Olhar para a nossa Polícia constitui um apelo do jovem Azagaia para que paremos um segundo para reflectir conjuntamente retirando aquela arma pesada do nosso polícia e procurar saber dele se (sobre) vive em condições mínimas, se se alimenta condignamente e, se o seu salário ajuda-o a satisfazer parte (não todas) das suas necessidades básicas.
Agora se ele acenar que está tudo num bom caminho rumo à prosperidade, então voltemos a sobrecarregá-lo e mandá-lo à rua. Caso não, então olhemos mais um pouco por estes lados que compõem a vida do homem.
Enfim, tirar o “Kalash” do Bufo e olhá-lo para mim não passa de um grito refl ectido no rosto daqueles que garantem a nossa segurança para que lhes seja devolvida a sua dignidade: Com uma arma leve e um salário justo.
E agora. Que tal?! Podemos retirar a arma e olhar para a nossa Polícia?