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Tete: multinacionais mineiras vão comprar alimentos locais

Multinacionais mineiras que operam em Tete, centro de Moçambique, vão passar a comprar alimentos produzidos localmente, não os importando da África do Sul, graças a um acordo assinado entre o governo e as empresas.

Albertina Tivane, secretária permanente da província de Tete, disse que o governo estabeleceu uma relação entre pequenos produtores e as grandes empresas mineiras, para incentivar a produção e o escoamento dos produtos locais.

”Não faz sentido importar batata e cebola da África do Sul, se nós produzimos bastante e temos problemas de escoamento e de mercado. Então, o acordo vai facilitar o mercado para os produtores e o produto para os potenciais compradores”, disse Albertina Tivane.

Segundo a Rádio Moçambique, Tivane explicou ainda que as multinacionais vão financiar a abertura e reabilitação de vias de acesso para as regiões com potencial agro-ecológico para estimular o incremento de áreas de produção e o escoamento dos produtos.

Em Moatize, Tete, onde se encontram gigantescas reservas de carvão, operam grandes multinacionais mineiras, como a brasileira Vale e a australiana Riversdale, e mais 141 empresas de vários países.

”Há muita produção nos distritos de Sangano, Maravia, Angónia, Chiuta e Macanga e temos sérios problemas de escoamento devido à falta e/ou degradação de vias de acesso, e temos potenciais compradores que importam alimentos. O acordo resolve o problema de ambos (produtor e comprador)”, explicou à Lusa, Tivane.

Dados do Departamento de Economia da Direcção Provincial da Agricultura, indicam que 90 porcento da terra arável, constituída por cerca de 9.805.481 milhões de hectares do potencial agrícola de Tete, encontram-se concessionados às empresas envolvidas na pesquisa e exploração de vários recursos minerais, o que contrasta com a iniciativa governamental.

”Há que fazer um estudo sobre o fenómeno. A actividade de produção de comida existe, mas que tenha parado para ceder à mineração não temos conhecimento”, disse Tivane.

“Se há famílias que deixaram de produzir comida para ceder terras à mineração é responsabilidade do governo encontrar outras terras para elas produzirem”, frisou.

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