Fortes tremores secundários abalaram o Chile nesta quinta-feira, depois de um terremoto de magnitude 8,3 ter causado a morte a pelo menos oito pessoas e provocado ondas enormes em cidades costeiras, forçando mais de um milhão de pessoas a deixar as suas casas.
Após o forte terremoto atingir o país na quarta-feira à noite, o governo ordenou a remoção da população das zonas costeiras para evitar a repetição de um trágico sismo em 2010, quando as autoridades reagiram com lentidão no aviso sobre um tsunami que matou centenas de pessoas.
Como o risco diminuiu, o governo retirou o alerta de tsunami na manhã desta quinta-feira. O terremoto e as ondas que se seguiram causaram inundações em cidades costeiras, danificaram edificações e derrubaram a energia eléctrica nas áreas mais atingidas da região central do Chile, além de sacudir os prédios na capital, Santiago, cerca de 280 quilómetros ao sul.
O sismo chegou a ser sentido em São Paulo e Buenos Aires, entre outras cidades de países vizinhos.
O porto de Coquimbo sofreu grandes danos no terremoto, o mais forte do mundo este ano, disse o ministro do Interior, Jorge Burgos, em entrevista colectiva.
A presidente Michelle Bachelet anunciou que planeja viajar para as áreas mais afectadas pelo terremoto, o maior a atingir o país desde 2010. “Mais uma vez estamos a ter que lidar com outro duro golpe da natureza”, disse ela num pronunciamento televisionado.
O Chile é o maior produtor de cobre do mundo. As actividades foram suspensas em duas grandes minas de cobre. Os preços do metal na London Metal Exchange subiram para a seu ponto mais alto em dois meses de negociação da Ásia em razão das preocupações com rupturas no abastecimento.
“Foi horrível. Corremos para fora de casa com os nossos netos e agora estamos numa colina na esperança de que vá acabar logo”, disse María Angelica Leiva, da cidade costeira de Navidad. “Está tudo muito escuro, e nós só esperamos que o mar não tenha alcançado a nossa casa.”