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MDM defende debate parlamentar sobre “Caso Mercedes”

O MDM, terceiro maior partido moçambicano, defendeu nesta sexta-feira que a Assembleia da República deve debater a polémica criada pela compra de viaturas Mercedes para a comissão permanente do órgão, assinalando que a “indignação popular é legítima”.

“Nós temos que discutir [a questão dos Mercedes], é um debate e nós estamos abertos [ao debate]”, afirmou, em conferência de imprensa, o chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango.

Aquele responsável disse que o terceiro maior partido moçambicano vai submeter-se à decisão que for tomada pela AR. “[A que vier a ser tomada] é uma decisão do órgão e nós todos nos submetemos”, ressaltou Lutero Simango.

A indignação popular em torno da compra das viaturas, prosseguiu, é legítima e mostra a necessidade da ética e moralidade nos órgãos de soberania.

Lutero Simango declarou que não sabia que seriam compradas viaturas Mercedes para os membros da Comissão Permanente da AR, assinalando que usa um carro da mesma marca para fins protocolares, que lhe foi entregue pelo parlamento em 2014, quando a actual legislatura tomou posse.

“Não houve nenhuma previsão sobre a possibilidade de substituir ou receber outra viatura proveniente da nova frota que tem criado desinteligências e indignação da opinião pública”, acrescentou o chefe da bancada parlamentar do MDM.

A aquisição de viaturas Mercedes no valor de 74.500 euros cada para os 17 deputados da comissão permanente do parlamento foi denunciada na última semana pelo semanário Canal de Moçambique, em contraste com a crise e o aumento do custo de vida no país.

Ao Canal de Moçambique, a presidente da Assembleia, Verónica Macamo, referiu que o parlamento só fez a requisição e o secretário-geral, Armando Correia, acrescentou que o assunto diz respeito ao Ministério das Finanças.

Rogério Nkomo, Diretor de Comunicação do Ministério da Economia e Finanças, defendeu à televisão independente STV que os membros da comissão permanente têm direito a carros de protocolo do nível escolhido e minimizou o valor da aquisição quando comparado com o total do Orçamento do Estado.

Venâncio Mondlane, deputado do partido da oposição MDM, lançou uma petição nas redes sociais contra o que diz ser “um luxo insultuoso”.

Em declarações à Lusa, o deputado defendeu na quarta-feira que a comissão permanente devia devolver os carros para o Estado tentar reaver o máximo possível da despesa e trocá-los por modelos mais adequados à realidade de Moçambique, onde a maioria da população viaja em furgões e em caixas de carga de carrinhas, sem condições de segurança.

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