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Ténis: Falta de infra-estruturas condiciona a modalidade em Nampula

O ténis na província de Nampula é uma modalidade desportiva em declínio, pese embora tenha uma atleta que em 2008 e 2009, ou seja, por duas vezes consecutivas, se sagrou campeã nacional em seniores. A falta de recintos desportivos é apontada como o principal factor que propicia esta situação.

O único campo existente nesta província está situado na cidade capital, Nampula, e pertence ao Conselho Municipal, cuja utilização está refém não só de autorização, mas também do término dos diversos eventos que aquele espaço acolhe, como são os casos de feiras e exposições organizadas pela edilidade desta urbe.

Palmira Intipa, atleta que nos anos 2008 e 2009 se sagrou bicampeã nacional de ténis em representação da província de Nampula, abordada pelo @Verdade, mostrou-se deveras agastada com o cenário que esta modalidade vive nos últimos anos, uma situação que, segundo ela, poderá contribuir para o seu desaparecimento total. Dentre várias causas, a entrevistada destacou a falta de infra-estruturas para a prática do ténis, aliada à inexistência de vontade política, como sendo os motivos que estão por detrás deste panorama.

A título de exemplo, Palmira Intipa revelou que o único espaço disponível para movimentar esta modalidade, vulgarmente conhecido por “salão verde”, pertencente ao município, se transformou numa feira de negócios e de exposições da edilidade, relegando para último plano a prática do desporto. “Não temos outra alternativa, ou seja, não temos outros campos, pese embora haja pessoas com vontade de praticar o ténis e devolver a glória à nossa província” disse a fonte.

No prosseguimento da conversa, Intipa revelou que em tempos idos criou uma agremiação que tinha como principal objectivo reactivar o ténis em Nampula e que teve a adesão de cerca de trinta atletas, na sua larga maioria dos escalões de iniciação. Contudo “foram poucas, senão escassas, as vezes que tivemos acesso ao ‘salão verde’ do Conselho Municipal para desenvolver as nossas actividades de ensino e aprendizagem do ténis, bem como algumas sessões de treino, o que fez com que alguns atletas abandonassem esta modalidade muito cedo”.

“É difícil contar com aquele espaço para planificar as nossas acções. Aliás, diria até que é descabido pensar nisso. Várias são as vezes que os nossos atletas e técnicos se deslocam ao local e deparam com situações de ocupação do mesmo, sem aviso prévio, por actividades que em nada têm a ver com a concepção daquele espaço” desabafou.

Conforme soube o @Verdade, esta situação de falta de campo fez com que a Associação Provincial de Ténis de Nampula, recentemente criada, suspendesse as suas actividades. Aquele organismo não tinha também escritórios para “ressuscitar” a modalidade.

Estrangeiros construíram um campo privado

De acordo com Palmira, uma das alternativas viáveis para a movimentação do ténis na cidade de Nampula seria o uso de um campo privado, há tempos construído por um grupo de cidadãos de nacionalidade maliana, no bairro de Muhala Expansão, arredores da cidade capital. Porém, segundo a nossa interlocutora, não tem sido fácil a utilização daquela infra-estrutura visto que tal está dependente dos donos da mesma que até estipulam horários de funcionamento.

Uma luz no fundo do túnel A nossa entrevistada disse, por outro lado, que este cenário de falta de campo para a prática do ténis em Nampula pode estar com os dias contados. Para Palmira, as obras ora em curso de construção de raiz de um pavilhão na Universidade Lúrio, no campus localizado no bairro Marrere, podem vir a acabar com o sofrimento dos tenistas desta região do país.

No que diz respeito ao material, Palmira garantiu que “isso não constitui problema para nós. Conseguimos adquirir raquetes, bolas, redes, entre outros, aqui na cidade de Nampula, recorrendo a outros mercados nacionais em caso de insuficiência. Os custos variam entre os dois e os cinco mil meticais, e creio que estamos em condições de arcar com todas as despesas, ainda que dependendo da ajuda de outras entidades, como é óbvio.

Nós estamos em condições de relançar a modalidade, só nos falta um campo” sentenciou Palmira.

Campeonato Nacional de Ténis em dúvida

A Federação Moçambicana de Ténis agendou para o próximo mês de Novembro, na cidade de Nampula, a realização da edição 2013 do Campeonato Nacional desta modalidade desportiva. Contudo, a prova, que será disputada nos escalões de seniores e de juniores em ambos os sexos, está agendada para um campo inexistente, nomeadamente o pavilhão em construção da Universidade Lúrio.

Ainda assim, há esperança de que as obras poderão terminar neste mês de Setembro de modo a acolher o “Nacional”. Aliás, a ideia é inaugurar o novo recinto desportivo na altura de evento.

Sobre este assunto, Palmira mostrou-se bastante receosa pois, na sua óptica, os tenistas de Nampula terão uma péssima prestação em virtude de até hoje não terem arrancado com a fase de preparação por falta de infra-estruturas para o efeito.

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