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Autárquicas 2013: “Temos 60 porcento de cobertura” Eusébio Gondiwa, edil de Catandica

Autárquicas 2013: “Temos 60 porcento de cobertura” Eusébio Gondiwa

Quando @Verdade conversou com Eusébio Lambo Gondiwa, presidente do município da vila de Catandica, ainda não era pública a sua renúncia a um possível terceiro mandato. O actual edil de Catandica orgulha-se da construção de dois mercados e da projecção de um bairro em expansão devidamente parcelado. Afirma que a vila não sabe o que são problemas de acesso e que todos os bairros contam com pelo menos um fontenário. Uma carrinha funerária e a construção da biblioteca municipal fazem parte da sua folha de serviços. Quanto à gestão dos resíduos sólidos, Catandica só foi capaz de limpar o rosto. Isto é, o centro da cidade.

@Verdade(@V) – Que balanço faz deste mandato?

Eusébio Lambo Gondiwa (ELG) – Penso que depois de cinco anos e de acordo com o nosso programa quinquenal uma das nossas obrigações foi passar em revista aquilo que foi o nosso manifesto eleitoral. Considero positivo por- que de tudo o que prometemos executámos 97 porcento. Em primeiro lugar destaco a construção de dois mercados que fazem parte daquilo que foi uma das nossas promessas. Construímos o mercado Macombe com 280 mesas e um outro no bairro Sanhatunze, com 64 mesas.

Programámos a construção do posto de socorros no bairro Sanhatunze. Isso foi feito. Acabámos por edificar sete aquedutos. Tínhamos apostado na abertura de ruas e na demarcação de talhões na zona de expansão. Considero que seja uma das actividades que conseguimos concluir.

No que diz respeito às ruas devíamos ter iniciado a pavimentação da rua Tobias Dai, mas é uma actividade que terá lugar neste mandato. Os materiais já foram requisitados e neste momento aguardamos a fabricação dos lancis para dar arranque à colocação de pavé. Terminámos a sala de cultura e estamos a terminar a edificação da biblioteca municipal. Tínhamos prometido, na campanha eleitoral, uma viatura para os serviços funerários. Conseguimos.

No que concerne à habitação concluímos a construção das cinco casas do Fundo de Fomento e Habitação. Apostámos na eletrificação da nossa vila em parceria com a Electricidade de Moçambique. Nos bairros 7 de Abril, Sabão, Militar, Futuro Melhor e uma parte do 1 de Maio já há energia. No que diz respeito ao abastecimen- to de água apostámos na abertura de furos e ligações domiciliárias. É uma das actividades de grande relevo, embora a disponibilidade não responda cabalmente à demanda.

(@V) – Qual é o número actual de ligações domiciliá- rias no que diz respeito ao abastecimento de água?

(ELG) – Estamos a falar de 560 ligações domiciliárias. Penso que poderá vir a crescer, mas esses são os nossos dados actuais.

(@V) – Qual é a percentagem de cobertura?

(ELG) – Há pouco tempo falávamos de cerca de 60 porcento de cobertura com o esforço que envidámos na abertura de mais 11 furos de água.

(@V) – 60 porcento depois da abertura desses furos ou é provável que essa percentagem tenha de ser revista por causa desses novos pontos de abasteci- mento de água?

(ELG) – A perspectiva existe por causa daquilo que temos feito anualmente. Por exemplo, agora estamos a levar água por via da canalização e já temos a tubagem enterrada numa extensão de 2.5 quilómetros. Portanto, nessa extensão a ideia é levar água canalizada para mais 200 domicílios. Destaque

(@V) – Quantos furos existiam antes do vosso mandato?

(RPM) – Antes do nosso mandato existiam cinco furos feitos pelo Governo, mas esses já tinham muito tempo de uso. Ainda assim beneficiaram da nossa reabilitação. Portanto, neste momento o município conta com 20 furos. Esses furos servem apenas os bairros circunvizinhos. O centro da vial usa um pequeno sis- tema que estava obsoleto.

(@V) – Qual é o ponto de situação em relação ao tratamento dos resíduos sólidos? O centro da vila é um lugar limpo e acolhedor. Será que na perife- ria a capacidade de gerir os resíduos sólidos ainda é a mesma?

(ELG) – Temos dois meios. Um tractor e uma carrinha para toda a vila. Há alguns sítios que não conseguimos atingir, como é o caso dos bairros da periferia de Catandica. Ao nível da sede, diariamente, faz-se a recolha de lixo, com excepção de sábado e domingo.

(@V) – A permanência de camionistas na entrada da vila arrasta consigo o fenómeno da prostituição. O que o município pensa fazer para reduzir o seu impacto no seio da juventude?

(ELG) – Uma vez que Catandica está no corredor o que se tem feito é um tra- balho do município, mas não é grande coisa para podermos dizer que a prostituição poderá reduzir. Contudo, em colaboração com o sector da Saúde vamos trabalhar para ver como prevenir as doenças de transmissão sexual. A vereação da urbanização vai fazer um parque obrigatório para estacionamento de veículos. O mesmo ficará a alguns quilómetros da vila.

Desse modo poderemos pelo menos mitigar o fenómeno. No passado a prostituição era bem mais notória, mas com este projecto do parque de estacionamento poderemos ter uma maior controlo de quem entra e sai do espaço. Aqui é complicado controlar porque cada camionista estaciona onde melhor entende. Há pouco tempo o director provincial da Saúde deixou alguns orientações para reduzir o impacto do HIV/ SIDA nas comunidades.

(@V) – Qual é a taxa de infecção por VIH/SIDA em Catandica?

(ELG) – O que temos neste momento e de acordo com o balanço feito é que a tendência é de evolução. Não temos percentagens.

(@V)- Nestes cinco anos o que se pode dizer de Catandica em termos de vias de acesso?

(ELG) – Nestes cinco anos Catandica lutou para que todos os bairros tivessem acesso. Isso foi cumprido na íntegra. Contudo, ninguém pode travar as chuvas e as enxurradas que, por sua vez, degradam os acessos. No entanto, ao nível da vila não temos problemas de acesso, mas as chuvas que não podemos travar obrigam-nos a fazer a manutenção.

(@V) – As pessoas ainda percorrem longas distâncias para ter assistência médica?

(JM) – Neste mandato construímos um posto de saúde no maior bairro do município. Portanto, a vila tem dois centros de saúde e um hospital rural de referência. E nós como município estamos a construir um posto de saúde num bairro distante para a prestação de primeiros socorros. Em termos de saúde é o que temos. Não restam dúvidas de que há problemas no que concerne ao número de profissionais da Saúde. O rácio ainda é fraco.

(@V) – Em cinco anos quantos quilómetros de estrada foram abertos?

(ELG) – 44 quilómetros no geral. Estamos a falar das zonas de expansão e alguns ruas que não tinham sido terminadas.

(@V) – Qual é o custo anual de manutenção de vias de acesso? Nos outros municípios a dificuldade invocada prende-se com a incapacidade de as autarquias geraram impostos suficientes para a cobertura de despesas como a asfaltagem de estradas e a construção de pontes.

(ELG) – Primeiro temos de ver aquilo que nos comprometemos a fazer. Os munícipes sabem que o nosso compromisso não foi de asfaltar as ruas. O nosso compromisso foi a abertura de vias e, à medida que mais vias são abertas, dividimos o fundo para que chegue para cobrir as despesas com aquedutos, pequenas pontes ou novas vias de acesso.

Muitas das vezes a manutenção fica em segundo plano por causa da situação geográfica do nosso município, o que não nos prejudica bastante. A necessidade, regra geral, é uma niveladora rebocável. Neste ano o grande bolo foi alocado para a colocação de pavé e 10 porcento é que foram disponibilizados para a manutenção de vias de acesso.

(@V) – O que isso significa em termos de gastos?

(ELG) – Não posso precisar, agora, o valor em causa. Mas normalmente o valor que nos cabe enquanto autarquia não passa dos 4 milhões de meticais.

(@V) – Como é que está a vila de Catandica em relação a receitas próprias?

(ELG) – O crescimento da vila faz com que as receitas cresçam anualmente. Por exemplo, no ano passado estávamos em 4.5 milhões. Este ano planificámos a arrecadação de igual valor e até ao meio do ano conseguimos cerca de 55 porcento do previsto. Isso significa que se continuarmos a envidar esforços podemos atingir os 100 porcento daquilo que programámos. As nossas grandes receitas vêm dos mercados. Uma outra parte surge da taxa de ocupação do solo urbano. Andamos na ordem de seis mil meticais por mês. Nós nunca atingimos cinco milhões por ano.

(@V) – Qual foi o maior desafio neste mandato?

(ELG) – Os maiores desafios foram a expansão da vila, a distribuição e o abastecimento de água e a electrificação dos bairros. A capacidade de responder aos problemas pontuais colocados pelos munícipes também foi um grande desafio. Foi preciso construir vários aquedutos para responder às necessidades reais dos munícipes, mas que não estavam previstas no nosso plano quinquenal. A construção de salas de aulas foi também um grande desafio por uma razão muito simples.

A nossa vila, como sabe, é atravessada pela estrada nacional e isso periga a vida das crianças quando têm de sair de um lado para o outro para ir estudar. Para col- matar essa situação tivemos de construir salas de aulas para acabar com a necessidade de atravessar a estrada nacional por parte dos petizes.

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