O ex-presidente da Libéria Charles Taylor negou esta terça-feira no Tribunal Especial para Serra Leona (TESL) ter recebido diamantes em troca de armas dos rebeldes de Serra Leoa, que segundo as suspeitas seriam comandados pelo próprio Taylor.
“Não há um só ser humano que possa acreditar que seja verdade que eu tenha feito negócios com a RUF (Frente Revolucionário Unida), recebendo diamantes em troca de armas ou recebendo diamantes em troca de qualquer outra coisa”, afirmou Taylor, que começou a depor nesta terça-feira no tribunal de Haia.
Segundo a acusação, Taylor dirigia os rebeldes da RUF, a quem abastecia com armas e munições em troca de diamantes e madeiras preciosas de Serra Leoa. “O senhor recebia regularmente potes de maionese com diamantes da RUF?”, pergunto a Taylor o advogado de defesa, Courtenay Griffiths. “Nunca, nunca recebi o que quer que fosse, potes de maionese, café ou diamantes. É uma mentira, uma mentira diabólica”, respondeu o ex-presidente liberiano.
Taylor declara-se inocente das 11 acusações apresentadas contra ele, que incluem homicídio, estupro e alistamento de meninos soldado. O ex-presidente liberiano é julgado desde janeiro de 2008 por seu papel na guerra civil de Serra Leoa, que provocou a morte de 120.000 pessoas e deixou milhares de mutilados entre 1991 e 2001.
Mais cedo, ele declarou-se inocente das acusações. “É muito, muito triste a desinformação, as mentiras e os boatos da acusação que me associam à imagem de um assassino e de um estuprador”, respondeu Taylor, 61 anos, à primeira pergunta de seu advogado.