A Liga Muçulmana conquistou a Taça de Moçambique edição 2012, ao derrotar, no domingo (26), o Costa do Sol por uma bola sem resposta. Numa partida bem disputada e equilibrada, em que não faltou o espectáculo, os muçulmanos só conseguiram marcar durante a etapa complementar, conquistando assim o primeiro troféu da segunda competição mais importante do país.
Foi de resto uma excelente partida de futebol, de duas equipas que atestaram o seu potencial táctico justificado pelo facto de serem finalistas de uma competição que movimenta (quase) todas as equipas profissionais do país.
Quem não saiu a perder, diga-se em abono da verdade, foi o público que, embora tenha sido um jogo marcado para o fim do dia de um domingo, dirigiu-se em massa à nova catedral do futebol moçambicano, o Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ).
Quem saiu a perder naquele jogo, para além do Costa do Sol, foi o próprio futebol e a sua regra que determina que o vencedor tem de ser aquele que mais golos marca na baliza adversária, neste caso foi a Liga Muçulmana.
Para o confronto, as duas equipas entraram bastante motivadas a carregar o troféu, por um lado o Costa do Sol pela 12ª vez e, por outro, a Liga Muçulmana pela primeira vez – também primeira para os dois treinadores portugueses:
Diamantino Miranda e Litos, dos canarinhos e dos muçulmanos, respectivamente. Mas tudo que demonstraram na etapa inicial até o primeiro quarto de hora foi o excesso de ansiedade, pelo que as duas equipas não conseguiram dominar o esférico e construir jogadas de ataque.
A convicção só surgiu nos últimos 15 minutos quando o público testemunhou ao primeiro remate de perigo, pertencente aos muçulmanos. Neste período, os canarinhos estavam mais preocupados com o espectáculo da circulação de bola do que com o objectivo que os levara ao ENZ, de vencer o jogo, embora haja mérito do sistema defensivo montado por Litos que estava preparado para enfrentar o melhor ataque da temporada 2012.
E foi mesmo sem golos que as duas equipas foram ao descanso, mas mesmo antes do apito do árbitro, o técnico Diamantino Miranda foi expulso por proferir palavras injuriosas contra o árbitro auxiliar, numa manifesta atitude repreensível e menos abonatória nem para o seu próprio carácter e muito menos para o desporto no geral.
Na segunda metade, a diferença de comando no Costa do Sol foi patente com a ausência do técnico principal, o que permitiu à Liga Muçulmana crescer em campo, obrigando o adversário a investir mais na defesa para não sofrer.
Todavia, durou pouco a consistência da turma canarinha, que ao minuto 75 cedeu e viu aquele que pulou do banco na etapa complementar em substituição de Sonito, o Telinho, a desferir de meio da rua um remate que foi instalar-se nas malhas de Gervásio.
O Costa do Sol ainda correu atrás do resultado mas não teve audácia suficiente para fazer frente à equipa muçulmana, que se tinha estabelecido na zona defensiva para evitar descalabros de última hora.
Com este resultado, a Liga Muçulmana sucede o Ferroviário de Maputo e escreve, pela primeira vez, o seu nome na lista das equipas que já venceram a Taça de Moçambique.