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Sul-africano acusado de terrorismo em Cabo Delgado morreu detido pelo Governo de Moçambique que afirma não ter conhecimento

O cidadão sul-africano detido sob acusação de financiamento e coordenação das acções dos insurgentes que aterrorizam a Região Norte de Moçambique desde Outubro de 2017 faleceu na madrugada desta quarta-feira(23) no Hospital provincial de Cabo Delgado. Confrontando com a tragédia que fez deslocar a Maputo o Presidente da África do Sul o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação afirmou “Não tenho conhecimento”.

De acordo com a filha de Andre Hannekom, citada por medias sul-africanos, o empresário de 62 anos de idade que estava ainda sob custódia das autoridades governamentais, embora tivesse tido autorização judicial para aguardar o julgamento em casa após pagar caução em Outubro de 2018, terá passado mal durante o fim-de-semana e foi encaminhado para o Hospital provincial de Cabo Delgado onde acabou por falecer.

Detido inicialmente por militares em Agosto de 2018 após ter sido sequestrado da sua residência e ferido por balas de desconhecidos o cidadão sul-africano teve a sua detenção legalizada no passado dia 14 sob acusação da prática de homicídio qualificado, de instigação ou provocação a desobediência colectiva contra a organização do Estado moçambicano, associação para delinquir e porte de armas proibidas.

O empresário, há vários anos estabelecido no distrito de Palma explorando um negócio marítimo de logística para algumas petrolíferas, foi também acusado de pagar aos membros do grupo que é apelidado pelos locais de “Al Shabaab” um valor mensal de 10 mil meticais e de providenciar medicamentos a este grupo que não tem ligações ao movimento homónimo da Somália.

Ainda no passado dia 14 o Presidente da África do Sul, Cyril Ramphosa, deslocou-se a capital moçambicana para pedir explicações a Filipe Nyusi relativamente ao seu concidadão.

O @Verdade apurou que na semana finda Andre Hannekom foi transferido da cadeia militar onde era mantido para uma cadeia na cidade de Pemba onde terá passado mal tendo entrado em estado de coma nesta segunda-feira(21).

O Hospital e as autoridades policias declinaram prestar declarações sobre este falecimento que no entanto foi confirmado por uma fonte do Comando provincial de Cabo Delgado sem no entanto avançar detalhes.

Na tarde desta quarta-feira(23) o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, confrontado por jornalistas à margem de um evento na Presidência da República afirmou “Não tenho conhecimento”.

“O procedimento é avaliar as causas que poderão ter levado a fatalidade do cidadão e em função dos interesses da família ou do Estado de origem seguem-se os processos para efeitos de transferência dos restos mortais”, disse ainda o ministro Pacheco.

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