O governo sudanês afirmou nesta terça-feira que “não há provas” do risco assinalado pela ONU de uma grave deterioração da situação humanitária na província sudanesa de Darfur (oeste), após a expulsão de 13 ONGs ativas nesta região mergulhada numa guerra civil.
O Sudão decidiu expulsar 13 ONGs e fechar os escritórios de três organizações locais depois que a Corte Penal Internacional (CPI) de Haia emitiu em 4 de março uma ordem de captura internacional contra o presidente sudanês Omar al-Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade.
Funcionários da ONU advertiram que esta decisão colocaria em risco milhares de vidas humanas e que um milhão de pessoas ficariam sem alimento, água e cuidados médicos.
“Esta avaliação não é correta, não há nenhuma prova no terreno para legitimá-la”, respondeu nesta terça-feira o ministro sudanês de Assuntos Humanitários, Ahmed Harun, sobre quem também pesa uma ordem de captura internacional emitida pela CPI em abril de 2007 por crimes em Darfur.
“As Nações Unidas não podem dar ordens ou conselhos ao Sudão”, acrescentou. “Elas deveriam se limitar a resolver a situação no terreno”, disse.
Na segunda-feira, a ONU pediu mais uma vez às autoridades de Cartum que voltassem atrás na decisão de expulsar as 13 ONGs. A guerra civil na região de Darfur já deixou quase 300.000 mortos em seis anos, segundo a ONU, e 10.000 na contagem de Cartum, assim como 2,7 milhões de deslocados.