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Standard Bank volta a lucrar biliões mas lamenta “cortes na taxa de juro de política monetária pelo Banco de Moçambique” reduziram os seus lucros

Standard Bank volta a lucrar biliões mas lamenta “cortes na taxa de juro de política monetária pelo Banco de Moçambique” reduziram os seus lucros

O Standard Bank voltou a ganhar dinheiro com a crise em Moçambique tendo obtido em 2018 um resultado líquido de 5,6 biliões de Meticais e lucrado 9 biliões de Meticais ainda assim, o terceiro maior banco comercial, lamenta que os “sucessivos cortes na taxa de juro de política monetária pelo Banco de Moçambique” reduziram os seus lucros em 9,4 por cento.

A crise económica e financeira que o nosso país enfrenta desde 2016, causada por bancos estrangeiros e pela ganância de políticos, continua a proporcionar rendimentos bilionários às instituições financeiras que operam em Moçambique.

O Standard Bank que no ano anterior ao da crise tinha facturado 2,8 biliões de Meticais tem visto a sua Margem financeira crescer desde então, em 2016 quase duplicou para 5,3 biliões, em 2017 voltou a quase duplicar para 9,4 biliões e no exercício económico de 2018 ficou-se pelos 9,2 biliões de Meticais.

Enquanto os moçambicanos desesperam pela descida das taxas de juro que asfixiam a quem tem empréstimos bancários ou a quem precise de financiamento para investir o terceiro maior banco comercial lamenta as medidas do banco central para conter a crise.

“A nossa margem financeira esteve sob pressão este ano devido à prevalência de uma conjuntura de taxas de juro baixas. Os sucessivos cortes na taxa de juro de política monetária pelo Banco de Moçambique, que ascenderam a um total de 525 pontos base, levaram a nossa margem financeira a cair de 10,7 por cento em 2017 para 9,4 por cento”, afirma o Standard Bank no seu Relatório e Contas de 2018.

 Relatório e Contas do Standard Bank

A instituição financeira que tem como accionista maioritário um Banco de investimento do Reino Unido lamenta ainda que “Um aumento do custo de liquidez em moeda estrangeira veio acrescer a essa pressão, da mesma forma que o impacto do crescimento de 21.2 por cento dos depósitos a prazo em moeda local”.

“No entanto, o crescimento dos activos remunerados moderou o impacto de ambos os factores, preservando assim a margem financeira, marginalmente inferior comparada com 2017”, declara a instituição financeira.

Standard Bank tem 30 biliões investidos na dívida pública de Moçambique

O @Verdade constatou no Relatório e Contas que os activos financeiros que preservaram a bilionária Margem Financeira do Standard Bank são Títulos da Dívida Interna Pública que o Governo de Filipe Nyusi tem vendido para financiar os seus deficitários orçamentos de Estado: “Os activos financeiros, no valor de 30.777.009.441 Meticais compreendem bilhetes do tesouro e obrigações do tesouro de Moçambique. Contém itens de curto e médio longo prazo, com a classificação associada ao Governo de Moçambique, sem histórico de perdas, qualificando como “Monitoria padrão” na classificação interna do Banco”.

Dessa carteira de dívida pública interna o Standard Bank tem 29,9 biliões de Meticais investidos em Bilhetes do Tesouro enquanto nas Obrigações do Tesouro investiu pouco mais de meio bilião de Meticais.

No ano anterior a crise o banco tinha em carteira 6,8 biliões em Títulos do Tesouro que aumentou para 13,9 quando as taxas de juros começaram a subir e em 2017 aumentou os investimentos na dívida interna para 29,5 biliões de Meticais.

Relatório e Contas do Standard Bank 2018

O Banco de Moçambique indica no seu último Relatório Anual da Situação Macroeconómica que “com os bancos a revelarem uma maior preferência por Bilhetes do Tesouro para o prazo de 364 dias” cujo stock total passou de 34,6 biliões em 2016 para 93,9 biliões em 2017 e no ano passado chegou aos 116,8 biliões de Meticais.

Apesar da crise, e num ano em que a economia desacelerou para uma percentagem similar a de duas décadas atrás, antes de iniciar o boom da industria extrativa, o Standard Bank revela que “alcançou bons resultados em 2018 apesar da modesta actividade económica durante o ano, o que teve custos para o consumo e para as actividades de investimento”.

“Com um valor de 5.598 milhões, os nossos resultados líquidos de impostos em 2018 mantiveram-se praticamente inalterados face aos alcançados em 2017, que foram de 5.595 milhões”, declara ainda o banco no seu Relatório e Contas.

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