O líder do grupo islâmico somali al Shabaab, cuja “cabeça” está a prémio de 3 milhões de dólares norte-americanos pelo governo dos Estados Unidos da América, rendeu-se, disse uma autoridade do governo somali e a mídia local neste sábado, apesar de os militantes afirmarem que ele deixou a organização há tempos.
Zakariya Ismail Ahmed Hersi era um dos sete líderes do al Shabaab para os quais o Departamento de Estado dos EUA ofereceu, em 2012, um total de 33 milhões de dólares em recompensa em troca de informação que levasse à captura deles.
Caso confirmada, a rendição de Hersi seria o segundo grande golpe à liderança do al Shabaab em apenas alguns meses.
Em setembro, o principal líder do grupo, Ahmed Abdi Godane, foi morto por um ataque de drone dos Estados Unidos.
“O líder do al Shabaab Zakariya Ismail rendeu-se às forças do governo em El Wak, na região de Gedo. Ele deve voar para Mogadíscio amanhã”, disse uma autoridade senior do governo à Reuters. O site da rádio estatal Muqdisho também reportou a rendição de Hersi, descrevendo-o como um “secretário-geral (do departamento) de finanças do al Shabaab”. Não foram dados motivos para a rendição.
Um membro senior da equipe de comunicação do al Shabaab afirmou, no entanto, que Hersi deixou o grupo islâmico há dois anos. “O governo exagera a história apenas para encobrir o ataque recente à base de UA”, disse a autoridade do al Shabaab por telefone à Reuters, referindo-se ao ataque desta semana a uma base da União Africana na capital Mogadíscio. “(Hersi) não pode impactar o al Shabaab porque ele não é um membro.”
O governo ofereceu amnistia aos membros do grupo islâmico em setembro, mas os principais líderes não aceitaram a oferta. O grupo, alinhado à al Qaeda, quer derrubar o governo de Mogadíscio apoiado pelo Ocidente e impor sua própria versão estrita da lei islâmica no país.
Apesar de o al Shabaab ainda controlar partes do campo no sul e centro da Somália, este ano perdeu diversas cidades-chave durante duas grandes ofensivas por forças de paz da União Africana e o Exército Nacional Somali.
O grupo, no entanto, continua realizando ataques na Somália e na vizinha Quénia, onde matou centenas de pessoas nos últimos 18 meses.