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Solução a vista para transportes públicos

O ministro dos transportes e comunicações, Paulo Zucula, assevera que está para breve uma solução para a crise dos transportes que afecta a cidade do Maputo, capital moçambicana, caracterizada por enormes enchentes de passageiros nas paragens, sobretudo nas horas de ponta.

Para o efeito, já se encontram em Maputo, cerca de 50 autocarros que vão beneficiar o sector privado de transportes semi-colectivos de passageiros, faltando apenas concluir as negociações com a banca sobre as modalidades de pagamento.

Este processo, iniciado nos meados do ano passado, sofreu uma certa morosidade devido a algumas falhas no pedido de isenção do pagamento dos direitos de importação.

“O problema e’ que os transportadores dos semi-colectivos cometeram uma falha ao pedirem a isenção dos direitos de importação quando os autocarros já se encontravam em Maputo”, disse Zucula, falando, sexta-feira, em Maputo durante um encontro com jornalistas. “A referida isenção deveria ter iniciado durante o processo da importação dos mesmos”, explicou.

Paralelamente, segundo Zucula, o governo vai im portar um lote de autocarros da China, que deverá chegar brevemente a Maputo para reforçar a actual frota da empresa pública Transportes Públicos de Maputo (TPM). Prosseguindo, o ministro revelou que existe ainda um outro lote de 150 autocarros de marca Tata, adquiridos na Índia, cuja chegada está prevista para os próximos quatro a cinco meses.

O ministro reconhece que mesmo a vinda dos novos autocarros não vai resolver definitivamente o problema, porque um dos maiores obstáculos prende-se com o congestionamento do tráfego nas saídas da cidade de Maputo, sobretudo nas horas de ponta.

De facto, mesmo um aumento considerável no número de veículos de passageiros para os transportes públicos, quer dos próprios TPM ou dos operadores privados dos semi-colectivos, poderá resultar num maior congestionamento do tráfego, devido ao aumento do número de carros em circulação nas estradas. Assim sendo, a melhor a solução passa necessariamente pela melhoria da actual rede de estradas.

“Temos que ser muito criativos de forma a encontrarmos uma forma de minimizarmos o problema”, disse Zucula, que aventa a possibilidade da introdução, temporária, de algumas inovações em termos de tráfego rodoviário, sobretudo nas horas de ponta.

Estas medidas visam fundamentalmente descongestionar o tráfego e conferir uma fluidez na movimentação de viaturas nas principais artérias da cidade do Maputo.

Actualmente, segundo Zucula, um autocarro chega a levar cerca de uma a duas horas para percorrer uma distância que, em condições normais, precisaria de levar apenas 20 minutos.

Uma das consequências da lentidão do tráfego é o longo de tempo de espera a que os passageiros estão sujeitos nas paragens dos autocarros.

Por isso, disse Zucula, “estamos a pensar em tomar algumas medidas, utilizando a Policia de Trânsito para, eventualmente, definirmos algumas linhas específicas para os passageiros que viajam nos transportes públicos”.

“Também poderemos redefinir o sentido de algumas estradas durante as horas de ponta e dizermos por exemplo que a avenida 24 de Julho das 06.00 até as 08.00 horas da manhã o tráfego circula apenas num sentido e a Avenida Eduardo Mondlane no sentido inverso. Creio que com essa medida poderíamos descongestionar o tráfego em mais de 50 por cento”, explicou Zucula que, na ocasião, fez questão de advertir que não é uma medida que será tomada de um dia para o outro, pois ainda e’ necessário analisar as suas implicações de forma a evitar a ocorrência de acidentes de viação.

Outras medidas incluem a criação do gabinete de coordenação para gerir a frota dos TPM durante as horas de pico, em função da concentração de passageiros. Restabelecido o movimento, os autocarros retomam a sua rota normal.

“Obviamente que isso não resolve o problema, mas minimiza o tempo de espera nas paragens”, explicou Zucula. Também está em curso um processo para a aquisição de autocarros articulados, com uma capacidade para transportar entre 150 a 170 passageiros.

Segundo o ministro, “os articulados são muito bons na altura da congestão, pois na hora do pico cada articulado leva cerca de 160 a 170 passageiros, porém passado o período do pico tornam-se ineficientes porque depois andam completamente vazios”.

Segundo o ministro um dos maiores desafios que o governo enfrenta é a falta de fundos para manter e expandir a actual frota dos TPM porque a empresa é deficitária, razão pela qual a sua sobrevivência depende consideravelmente dos fundos atribuídos pelo Estado.

O ministro fez questão de frisar que Moçambique não é um caso único, onde os transportes públicos são deficitários, antes pelo contrário, é uma situação que afecta a maioria dos países do mundo. Zucula citou como exemplo a Inglaterra como sendo dos poucos países do mundo onde o serviço dos transportes públicos e’ rentável.

“Neste momento recordo-me apenas da Inglaterra como sendo o único país do mundo onde o serviço dos transportes públicos é rentável. Mas também temos que ver as tarifas praticadas por exemplo na cidade de Londres anda na ordem de cinco libras a tarifa por passageiro”.

“Ora isso traduzido em meticais estamos a falar em 25 meticais por passageiro, quando em Maputo estamos a praticar a tarifa de cinco meticais. Portanto, como podem verificar é uma diferença enorme”.

Contudo, o ministro assevera que o governo moçambicano está ciente das dificuldades que a maioria dos cidadãos enfrenta e está a trabalhar para ultrapassar o problema.

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