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Sobreviventes protestam depois do terremoto na China

Centenas de sobreviventes de um terremoto de magnitude 6,6 que matou quase 200 pessoas no sudoeste da China fizeram uma passeata, esta Segunda-feira (22), exigindo mais assistência e ofendendo a polícia.

“Estamos ao relento aqui. Sem lugar para dormir e nada para comer. Ninguém presta atenção a nós”, disse o agricultor Peng Qiong, de 45 anos, que mora na aldeia de Chaoyang, nos arredores de Lushan e perto do epicentro do tremor.

A China liberou 1 bilhão de iuanes (161,9 milhões de dólares) para a província de Sichuan depois do terremoto de Sábado, e mobilizou cerca de 18 mil soldados para a região. O terremoto deixou pelo menos 186 mortos e mais de 11 mil feridos, segundo a imprensa estatal.

Mas, embora alguns tenham elogiado a rápida resposta governamental, outros mostram-se cada vez mais irritados. Em 2008, a província de Sichuan já havia sido a mais atingida por um terremoto de magnitude 7,9 que matou quase 70 mil pessoas.

Algumas vias públicas foram interditadas ao tráfego não emergencial, e ficaram congestionados com veículos governamentais. No caminho de Baoxing, uma área fortemente atingida a cerca de 40 quilómetros de Lushan, veículos parados – ambulâncias, carros de transporte militar, veículos de construção e autocarro usados pelas equipes de resgate – bloqueavam as duas pistas da estrada, tornando o acesso ao lugar possível só a pé ou de moto.

Tian Kuanqian sobreviveu a uma sinuosa fissura que rachou o andar de cima da sua casa. Há mais de dois dias esse agricultor de 40 anos vê os veículos de emergência passarem pela sua aldeia.

“Se continuarem a nos ignorar, não teremos escolha senão protestar”, disse ele, acrescentando que a sua família está instalada em condições precárias, sem receber água nem alimentos. “Precisamos de tendas”, afirmou.

Um policial de Chaoyang que tentava conter os manifestantes disse que as autoridades estão a fazer o que é possível. “Os nossos líderes visitaram-nos e estamos a trabalhar para levar comida e água a essas pessoas”, disse o agente, que não quis se identificar.

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