O primeiro-ministro da Síria, Adel Safar, pediu que os sírios votem nas eleições locais esta segunda-feira para salvar a nação das “conspirações contra nós”, mas os ativistas que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad rejeitaram a votação, dizendo que ela é irrelevante em um momento de insurreição violenta.
No início da votação, as forças de segurança lutavam contra desertores do Exército pró-oposição em duros confrontos ofuscando os protestos de rua pacíficos contra Assad que começaram há nove meses. Com isso aumentou a preocupação com a possibilidade de a Síria mergulhar em uma guerra civil.
A segunda-feira também foi o segundo dia da “Greve por Dignidade” da oposição, amplamente apoiada em redutos pelo país. Segundo os ativistas, as forças de segurança tentaram romper o movimento pela força e com ameaças. Safar fez um apelo para que os eleitores “permaneçam juntos para salvar nosso país das conspirações contra nós”.
Ativistas da oposição afirmaram que as forças de segurança estavam forçando as pessoas a votar na província de Idlib.
Assad, cuja família – da minoria alauíta – mantém o poder sobre a maioria sunita da Síria há quatro décadas, enfrenta o desafio mais sério de seu governo de 11 anos com a onda de protestos, iniciada na cidade de Deraa, no sul do país, no dia 18 de março.
Os eleitores estavam indo aos locais de votação pela manhã, disse a mídia estatal, mas não estava claro se haveria um grande comparecimento em cidades como Homs, Hama e Deraa, onde os moradores não têm saído de casa nos últimos dias por medo da violência. O governo de Assad disse que as eleições são parte de um processo de reforma que levará à eleição parlamentar no ano que vem e a uma reforma constitucional.
Os críticos, no entanto, afirmam que a votação tem pouca relevância, já que as autoridades municipais têm um poder pequeno dentro do governo autocrático centralizado. Aliado próximo do Irã, ator chave na vizinhança do Líbano e apoiador de grupos militantes que se opõem a Israel, Assad tem afirmado que não se pode apressar as reformas na Síria, onde o Partido Baath tem o monopólio do poder.