Autoridades sírias permitiram que uma equipe de monitores de cessar-fogo da Organização das Nações Unidas (ONU) entrassem na cidade de Homs neste sábado, depois que ativistas da oposição disseram que os bombardeios e os tiros pararam pela primeira vez em semanas.
“Uma equipe de observadores foi enviada a Homs e conheceu o governador,” disse o porta-voz da ONU, Khaled al-Masri. “Eles estão visitando bairros da cidade”.
Mas ativistas em Homs disseram que o bombardeio cessou apenas para fazer parecer que o governo estava cumprindo uma trégua, mediada pelo enviado de paz da ONU Kofi Annan. Eles disseram que bombardeios seriam retomados assim que os monitores fossem embora.
Na sexta-feira, dez pessoas foram mortas na terceira maior cidade da Síria e epicentro de uma revolta contra o presidente Bashar al-Assad, após pesado bombardeio das forças governamentais.
As autoridades sírias dizem que estão a lutar contra “grupos terroristas armados” e que ainda estão autorizadas a responder atos de agressão para manter a segurança, apesar de ter concordado com um cessar-fogo.
Um vídeo amador postado na Internet na sexta-feira mostrou o bombardeio pesado e explosões em bairros residenciais de Homs.
Na quinta-feira, a Síria e as Nações Unidas assinaram um acordo que estabelece as condições de trabalho dos observadores do cessar-fogo. O acordo estipula “acesso irrestrito” e liberdade para os monitores de viajar e contactar as pessoas. As Nações Unidas estimam que as forças de Assad já mataram mais de 9 mil pessoas no levante.
A Síria diz que militantes estrangeiros mataram mais de 2.600 soldados e policiais.
Conselho da ONU aprova envio de mais 300 observadores à Síria
O Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade neste sábado uma resolução que autoriza o envio inicial de até 300 observadores militares não armados à Síria, por três meses, para monitorar um frágil cessar-fogo em um conflito de 13 meses no país.
A resolução russa-europeia disse que o envio da missão de observadores da ONU, que será chamada de UNSMIS, será “objeto de avaliação do secretário-geral (Ban Ki-moon) de desenvolvimentos relevantes no local, incluindo a cessação da violência.” A resolução do conselho também notou que o fim da violência por parte do governo e da oposição é “claramente insuficiente”.