A Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), criada e muito ligada ao partido governamental moçambicano, FRELIMO, diz que não aceitará um reajuste do salário mínimo nacional abaixo de 10% em 2012.
Em declarações em exclusivo ao Correio da manhã, Carlos Mucareira, presidente daquela agremiação, alega que esta posição “já está a ser concertada desde princípios deste mês de Dezembro de 2011” para ser apresentada nas primeiras sessões de negociação sectorial que deverão arrancar no início de 2012.
A justificação de Mucareia é o alegado “elevado custo de vida” que afecta Moçambique. Refira-se que o reajuste do salário mínimo de 2011 variou entre 8%, para a Função Pública, e 52%, para o sector das Actividades Económicas.
De acordo ainda com Mucareia, as negociações para o salário mínimo sectorial para 2012 deverão tomar em consideração “todos os fenómenos conjunturais, como a subida dos preços de produtos alimentares e de combustíveis”.
A OTM-central sindical defende, por outro lado, um “diálogo aberto” com os restantes parceiros sociais como principal instrumento de negociação a ser levado à Comissão Consultiva do Trabalho (CCT) que integra o Governo, sindicatos e empregadores.
Já sobre a sindicalização dos trabalhadores da Função Pública, Mucareia defendeu a sua criação para pôr ponto final a “muitos anos do nosso encorajamento ao Governo”.