Pelo menos 2.216 funcionários do Ministério moçambicano da Educação (MINED) morreram nos últimos dois anos devido a várias doenças, com destaque para o HIV/SIDA.
Os dados foram anunciados, quinta-feira, em Maputo, durante o seminário do MINED sobre HIV/SIDA no local do Trabalho, que contou com a participação de quadros da instituição em todo o país e parceiros de cooperação do sector.
Estes dados são referentes ao período 2009 e 2010 e os mesmos indicam que, actualmente, o sector da educação conta com perto de 3.700 funcionários doentes, dos quais cerca de dois mil padecem de HIV/ SIDA e de outras doenças degenerativas.
As autoridades mostram-se preocupadas com a situação, que é mais crítica nas províncias de Nampula (Norte do país) e Zambézia (Centro).
“Considerando esta pesquisa realizada entre 2009 a 2010, podemos afirmar que o número de infecções no sector aumentou”, disse o chefe da repartição de Previdência Social do MINED, Arlindo Muando, sem no entanto, apontar o nível de agravamento.
Segundo a fonte, o período 2008 a 2010, o sector da Educação perdeu 2.216 funcionários devido a várias doenças, com destaque para o HIV/SIDA.
Como consequência, o MINED está agora a prestar assistência social a cerca de 7,8 mil órfãos e a providenciar tratamento antiretroviral a 1.738 doentes nas várias regiões do país.
Essas e outras acções inserem-se na implementação o Programa de Assistência Social orçado em 98 mil dólares, co-financiados pelos parceiros de cooperação.
No seu discurso de abertura deste seminário, o ministro da Educação, Zeferino Martins, considerou o HIV/SIDA como sendo o principal adversário do sector “que vem consumindo os nossos parcos recursos humanos de forma constrangedora com reflexos negativos”.
Martins disse que o Programa de Assistência Social visa dar resposta às áreas de prevenção e mitigação sugeridas pela Estratégia do HIV/SIDA no local do trabalho do sector da Educação, permitindo a capitalização do funcionário e o agente do Estado, bem como para consolidar o desenvolvimento de sinergias que possam acelerar o aumento e melhoria da produção e produtividade.
“Com a criação e capacitação de 11 comités de HIV/SIDA no local de trabalho nas províncias e 84 distritos, julgamos estarem criadas as condições que servirão de suporte para estancar a propagação, por um lado e, por outro maximizar a divulgação de subsídios e conteúdos tendentes a contribuir na mudança de atitudes”, disse o governante.
Igualmente, o ministro falou da importância da criação da figura de assistentes sociais desde as direcções provinciais até as escolas no controlo e monitoria das actividades planificadas com vista a obter indicadores que permitam conduzir o processo de luta contra esta pandemia.