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“Sexo” mais caro com o Festival

@Verdade foi medir o pulsar do mercado do sexo em Chimoio e constatou que, na semana passada, as prostitutas reduziam o preço porque quase ninguém procurava os seus serviços, hoje a verdade é outra: o Festival Nacional da Cultura trouxe pessoas e, por isso, os preços quadruplicaram.

Na carteira, ao lado do retrato da filha, guarda a imagem de namorado que “fugiu para Maputo. Mariamo está à beira de fazer 20 anos e é prostituta. Na semana passada, confessa, “o negócio não andava grande coisa.” Nesses dias, quando o raiar do sol se tornava uma ameaça séria, Mariamo ‘emagrecia’ até tornar residual o valor que cobra normalmente por uma rapidinha. Uma rapidinha que, por volta das 22horas, não saía por menos de 100 meticais, passava num ápice a custar 25. “Pelo menos dava para o chapa, não é o mesmo do que levar nada”, desculpa-se.

Mariamo não tem à vista os estereótipos associados à profissão. Veste como se tivesse acabado de sair da missa, calça uns cândidos sapatinhos rasos, não tem vestígios de maquilhagem. Uns metros mais à frente, Mimi é a imagem da exuberância. Botas cor-de-rosa, calças jeans sufocando as carnes, lábios vermelhos. Em comum têm pouco mais que o trabalho e a proximidade das idades. Mimi tem 18 anos e afirma que a escassez de clientes não a afectou. “Tenho os meus ‘kotas’ que sempre dão algo.” Na verdade, os preços, como tudo na vida, variam consoante o local, e a qualidade.

Em alguns lugares ainda se pode ter relações sexuais por 100 meticais, mas o preço normal ao longo da época não passa dos 50. Refira-se que uma relação sexual, hoje, na cidade de Chimoio, custa 400 meticais, mas daqui a três dias, quando tudo voltar ao normal, Mimi vai-se socorrer do apoio dos ‘kotas’, enquanto Mariamo não terá outro remédio senão voltar a baixar para os 25 meticais, pois só assim poderá ter como pagar o chapa.

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