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Sete moçambicanos do Vega 5 não resgatados estão mortos

A emissora de rádio Voz da América noticiou que os sete moçambicanos do “VEGA 5” que não foram resgatados “desapareceram no alto mar durante a troca de tiros entre os piratas e a marinha indiana”. Há cerca de três meses, a Marinha de Guerra Indiana recuperou o barco moçambicano “Vega 5” que fora sequestrado em finais de Dezembro último no banco de Sofala, com 24 tripulantes a bordo.

Segundo o jornal Canalmoz, quando a Marinha de Guerra Indiana confrontou os piratas no “VEGA 5”, este navio de pesca da PESCAMAR já estava a ser usado pelos piratas somalis no mar alto para sequestrar outras embarcações. Doze dos 19 moçambicanos sequestrados quando o VEGA 5 estava a pescar a cerca de vinte milhas do Arquipélago do Bazaruto, foram recuperados com vida e já se juntaram às suas respectivas famílias na cidade da Beira. Os outros sete que até aqui não se sabia do seu paradeiro, segundo a Voz da América “desapareceram no alto mar durante a troca de tiros entre os piratas e a marinha indiana”.

Os dois cidadãos espanhóis, comandante e contra-mestre do VEGA 5, não estavam no barco quando o navio foi capturado pela Marinha de Guerra da Índia porque tinham ficado em terra na Somália a negociar o seu resgate e, entretanto, já regressaram a Espanha. Na altura os piratas anunciaram que pelo resgate foram pagos sete milhões de dólares americanos, mas fonte diplomática espanhola disse que não é verdade que tenha sido esse o montante. O diplomata alegou em conversa com o jornal Canalmoz que os piratas anunciam valores exorbitantes para elevaram a fasquia nas negociações de resgate.

Os dados que confirmam que os sete moçambicanos não resgatados estão mortos, foram revelados pela VOA ao reportar a chegada a Maputo, esta semana, do primeiro adido militar indiano acreditado em Moçambique. O estabelecimento de um adido militar em Moçambique é para se dar seguimento a acções indianas de apoio no combate à pirataria.

O apoio contra a pirataria foi prometido em Setembro último pelo primeiro-ministro indiano durante a primeira visita do presidente Armando Guebuza àquele país asiático. Foi também noticiado, no mesmo despacho da VOA de ontem, que para as autoridades militares moçambicanas, o interesse da Índia em apoiar no combate à pirataria é bem-vindo. “A Índia partilha da preocupação de ameaça da pirataria no Oceano Índico. Certamente que em termos de cooperação nós estamos abertos” – disse Prashant Chowdhry, adido militar da Índia em Moçambique no final da cerimónia da entrega das suas cartas credenciais ao ministro da Defesa, Filipe Nyusi.

O porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, coronel Mazuze, disse por seu turno que “temos um problema comum que é a protecção das nossas águas territoriais ameaçadas por piratas”. Para além da Índia, também a África do Sul e a Espanha manifestaram o seu interesse em apoiar Moçambique na luta contra a pirataria no Oceano Índico. O assunto da pirataria marítima no Oceano Índico é considerado muito sério e afecta negativamente o comércio internacional.

O jornal Canalmoz apurou, entretanto, que embarcações rápidas de defesa já se encontram a dar protecção às embarcações de pesca da Pescamar e mesmo nas próprias embarcações pesqueiras já há forças armadas de protecção às tripulações. Apurámos também que o Canal de Moçambique é agora considerado uma rota perigosa, sendo que os navios deixaram de passar, no sentido norte-sul, entre Moçambique e Madagáscar, como era habitual, para passarem agora a fazer o percurso pelo leste de Madagáscar para os portos sul-africanos e inclusivamente para subirem até Nacala.

As operações de defesa marítima estão a obrigar à formação e recrutamento de homens armados para integrarem as tripulações dos navios, sendo, agora, esse um negócio que está a entusiasmar oficiais superiores das forças armadas de diversos países, soube o jornal Canalmoz de fontes próximas das operações. Os seguros dos navios e carga, por força da instabilidade que os piratas instalaram na rota do norte de África, via Canal de Moçambique, subiram também substancialmente, estando isso a encarecer as mercadorias quando colocadas aos consumidores.

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