Tudo começa no dia 30 de Julho de 2008, durante uma sessão da Assembleia Municipal, quando, os 13 membros do anterior órgão deliberativo na vila de Monapo quiseram ouvir do governo distrital sobre os procedimentos usados no desembolso dos fundos de iniciativa local, bem como o seu impacto sócio-económico.
A solicitação do governo tinha em vista obter, por outro lado, informações à volta dos rumores que circulavam ao nível do município, sobre alegados actos de corrupção, supostamente perpetrados pelo pessoal ligado ao processo de planificação e gestão dos referidos fundos.
Segundo fonte do Wamphula fax, no decurso dos intensos debates, um membro do Conselho Municipal, identificado pelo nome de Marcelo Paulo Alfredo, pediu a palavra para, publicamente, denunciar que a aprovação dos projectos era efectuada mediante o pagamento de comissões a Aurélio Abibo, que, na altura, desempenhava as funções de chefe da comissão técnica no Gabinete de Planificação Distrital de Monapo.
O pronunciamento de Marcelo Alfredo, vereador pelo pelouro da Acção Social, não terá, eventualmente, agradado ao seu companheiro que, de imediato, tratou de canalizar o assunto às instâncias judiciais. A primeira audição ocorreu no passado 2 de Julho no Tribunal judicial distrital local e a segunda tinha sido agendada para esta Terça-feira, mas a falta de comparência do queixoso emperrou o processo.
Em contacto com a nossa reportagem, Abibo disse ter sido lesado e exige a apresentação de provas. Desmente que tenha estado envolvido em qualquer acto de corrupção durante o tempo que trabalhou no Gabinete de Planificação. Não posso sujar a minha carreira profissional quando me restam apenas dois anos para a reforma. Disse a nossa fonte, visivelmente irritada. O Wamphula fax não conseguiu ouvir a versão do denunciante, mas o presidente cessante da Assembleia Municipal, Patrício M’pangai, confirmou a ocorrência, acrescentado que, depois da sessão, teria convocado um encontro restrito com o administrador do distrito, Fernando Saide, e o visado para se informar da questão.
Nesse encontro, de acordo com M’pangai, Aurélio Abibo voltou a reiterar a sua inocência. No distrito de Monapo, alguns populares têm-se queixado da falta de transparência no desembolso dos”sete milhões”. Saliente-se, a propósito, que, aquando da visita do Presidente da República àquele distrito, em princípios do mês de Maio, uma cidadã disse, num comício popular, que estava a encontrar dificuldades em obter financiamento para construção de um talho por, alegadamente, ser membro da Renamo.
Entretanto, estas alegações foram categoricamente desmentidas pelo respectivo administrador que assegura haver absoluta transparência na aprovação dos projectos e disponibilização dos fundos. De acordo com Saíde, nos últimos três anos, grande parte das associações e alguns agricultores privados beneficiaram do dinheiro para o incremento das suas áreas de cultivo, facto que se traduz no aumento dos níveis de produção alimentar e de rendimento.
Sustenta que os seis tractores alocados às três associações de produtores e igual número de privados vieram impulsionar o desenvolvimento rural naquela região, convertendo o distrito num modelo na produção do gergelim, milho e mandioca,