A Sérvia vai lembrar nesta terça-feira o 10º aniversário do início dos bombardeios da NATO, lançados para fazer cessar a repressão das forças sérvias à guerrilha separatista kosovar albanesa, acionando as sirenes utilizadas em 1999, anunciou o governo sérvio.
A comemoração vai começar na manhã de terça-feira com a observação de um minuto de silêncio nas escolas sérvias, seguida por uma reunião especial do governo e do acionar, ao meio-dia (11h00 GMT) das sirenes que marcaram, na época, o fim dos bombardeios, informou o governo em comunicado.
Os ministros depositarão, ao meio-dia, uma coroa de flores nos locais onde morreram os cidadãos. Os bombardeios da NATO contra o regime de Slobodan Milosevic, então presidente da Iugoslávia (Sérvia e Montenegro), duraram 78 dias.
Um grupo ultranacionalista organizará por sua vez manifestação contra a Otan numa praça do centro de Belgrado, segundo cartazes colados aos muros da capital sérvia. “A guerra é preferível à adesão à Otan”, indicam outros cartazes colocados nas passagens subterrãneas de Belgrado, onde manifestações semelhantes contra a independência do Kosovo degeneraram em violência.
A NATO desencadeou a campanha de bombardeios em 24 de março de 1999, após a recusa de Slobodan Milosevic de assinar um acordo pondo fim à repressão das forças sérvias contra o Exército de Libertação do Kosovo (UCK), organização separatista albanesa.
No dia 24 de março de 1999, às 20h, horário local, mísseis americanos Tomahawk disparados de aviões e navios atingiram alvos sérvios, iniciando a guerra de 78 dias com um bombardeio da população civil. Foi a primeira vez que a Iugoslávia era bombardeada desde a Segunda Guerra Mundial, durante a ocupação nazista.
“Todos os sérvios no mundo estão agora em estado de guerra com nossos inimigos. Não há diferença entre as bombas de Adolf Hitler, em 1941, ou as bombas da Otan. Somos completamente inocentes”, afirmava Vuk Draskovic, vice-premiê da Iugoslávia” .
Destacar que o governo dos EUA nessa época era presidido por Bill Clinton, um democrata. Os sérvios foram pressionados a aceitar pontos do acordo; com a recusa, foram alvos de ataques contra suas instalações militares e depois contra toda a sua infraestrutura, como pontes, fábricas, sistemas de telefonia, água, emissoras de TV e rádio.
Somente no dia 3 de junho de 1999 Milosevic aceitou o acordo de retirar suas tropas de Kosovo e aceitar a entrada da NATO. O conflito foi encerrado oficialmente em 10 de junho. Desde então Kosovo passou a ser presidida por um governo provisório administrado pela ONU.