Falar mais que uma língua aumenta as capacidades mentais e reduz os riscos de demência que podem surgir com a idade, de acordo com um estudo canadiano.
O facto de ser bilingue ou até mesmo de aprender uma outra língua na idade adulta revelou ter efeitos positivos sobre o cérebro, atenuando o processo de deterioração mental, explicou Ellen Bialystok, da Universidade York de Toronto.
“As experiências junto a adultos bilingues indicam que o bilinguismo pode ter um efeito protector contra a Alzheimer e outras formas de demência”, disse.
No estudo que envolveu 211 doentes com Alzheimer, dos quais 102 bilingues, a doença foi diagnosticada 4,3 anos mais tarde nas pessoas que falavam mais que uma língua.
Para Bialystok, co-autora do estudo, a maior resistência à doença explica-se pelo facto de o bilinguismo manter a actividade cerebral.
“Quanto mais tempo a pessoa tiver sido bilingue, melhor ela fala correctamente a segunda língua”, uma ginástica mental que contribui para trabalhar as meninges (membranas envolventes do eixo nervoso cerebroespinal).
“Se começarmos a aprender outra língua aos 40, 50 ou 60 anos é pouco provável que nos tornemos bilingues, mas mantemos a actividade do cérebro.”