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SELO: Professores de Chibuto queixam-se das direcções de escolas* – Por António Zimila

Em Moçambique, a liberdade de expressão é teórico. Na prática, vivemos esta infernal realidade, principalmente no sector da educação, onde o professor é visto como um simples cidadão sem direito a reclamações. E quando ele pode reclamar, o seu choro é retido pelas paredes.

Quando os seus superiores hierárquicos se sentirem ameaçados pela manifestação do professor, por causa da forma como ele é tratado, a sua afectação a um distrito é automática. Esta é vista como uma forma de isolar o docente de modo que ele não abra a visão dos outros professores.

Não há, aqui, espaço suficiente para falar do dia-a-dia do professore da província de Gaza, principalmente daquele  que se encontra no distrito de Chibuto, onde a INJUSTIÇA, a HUMILHAÇÃO e ESCRAVIDÃO são as cores vivas que caracterizam os Serviços Distritais da Educação, Juventude e Tecnologia do Chibuto. O mau ambiente está instalado desde os agentes de serviços até a direcção máxima.

Para além da mudança de categoria, cuja concretização leva uma eternidade, o professor não tem direito a informações que lhe dizem respeito sobre este mesmo assunto. São vários os problemas que, descrevendo neste espaço, ocupariam tantas páginas.

Em Chibuto, no ano passado, em quase todas escolas do distrito deu entrada uma informação segundo a qual o professor não passaria exercer as suas actividades aos sábados. Desta forma, ele deveria realizar todas as actividades curriculares e extra-curriculares no meio da semana.

Com esta informação, o docente sentiu-se aliviado, porque é neste período que de certa forma conseguia preparar melhor as lições, estando na sua casa e, também, conseguia, durante o fim-de-semana, desenvolver certas actividades de rendimento com vista a alavancar a sua vida económica-financeira.

Durante o ano passado, uma equipa da Direcção Provincial de Gaza fez uma auscultação às direcções de todas as escolas sobre como eram monitoradas as actividades de ensino que eram realizadas aos sábados. As mesmas direcções de escolas responderam, francamente, que as actividades passaram a ser realizadas ao longo da semana, sem afectar o decurso normal das aulas.

Desde esse tempo até o princípio do ano, nada havia contra o que veio da Direcção Provincial. Mas em princípios de Fevereiro, a direcção do distrito de Chibuto, sem documento nenhum, orientou, de forma oral, aos directores das escolas para programarem jornadas pedagógicas. E havia obrigação de as mesmas actividades serem realizadas num dos sábados de cada mês.

A minha inquietação é: Se o professor foi formalmente informado sobre a abolição das actividades aos sábados, uma medida sustentada por um decreto já publicado, por que motivo, deve, agora, fazer o contrário? Se é que o decreto de abolição desta medida foi revogado, o professor já não é formalmente informado?

Peço a quem de direito para rever esta situação, ou se possível mandar uma equipa multi-sectorial para o distrito de Chibuto a fim de averiguar vários assuntos que desgraçam a vida do coitado professor.

Por António Zimila

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