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Acidentes de viação matam e são desconhecidas as medidas de penalização dos protagonista

Acidentes de viação matam e são desconhecidas as medidas de penalização dos protagonista

A sinistralidade rodoviária em Moçambique continua grave e sem medidas concretas com vista a conter as mortes que semanalmente ocorrem em diferentes estradas, parte das quais resultantes de erros humanos, sobretudo causados por condutores que ignoram os preceitos impostos pelo Código da Estrada, sem que sejam por isso penalizados.

O Governo tem vindo a anunciar a implementação de várias medidas no sentido de reduzir os assustadores índices de acidentes de viação que ceifam vidas humanas no país. Entre as acções consta o reforço do sistema que limita a velocidade em veículos de carga e passageiros de longo curso. Todavia, o problema persiste, denunciando em parte que pouca coisa ou nada tem sido feito.

Todas as semanas, a Polícia da República de Moçambique (PRM) desdobra-se em fornecer à imprensa os números sobre este drama e faz apelos veementes para que se cumpra as regras elementares de trânsito, mas pouco fala sobre a responsabilização de quem, por desleixo ou não, mata e fere com recurso ao carro no qual se faz transportar, salvo nos casos em que o condutor é detido por algumas horas.

Os acidentes de viação e as vítimas crescem anualmente perante a incapacidade das autoridades em traval tal mal. O número de mortes passou de 1.243 pessoas, em 2013, em consequência de 2.331 sinistros, para 1.459 indivíduos, em 2014. Ainda no ano antepassado, 3.562 pessoas contraíram traumas, 1.858 das quais com gravidade, devido a 2.410 acidentes de viação.

A tragédia segue sem freios e, em 2015, mais de 1.500 cidadãos morreram e mais de quatro mil ficaram feridos. Na segunda-feira (18), durante o Conselho Nacional de Viação, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse estar preocupado com o elevado índice de sinistralidade rodoviária, particularmente envolvendo mais as viaturas de transportes públicos de passageiros e veículos de longo curso.

Na madrugada de 04 de Abril em curso, um violento acidente, envolvendo um autocarro de passageiros, que fazia o trajecto Vilankulo/Maputo, e um camião que transportava troncos de madeira, ocorrido na localidade de Mavanza, no distrito de Vilankulo, província de Inhambane, ceifou a vida de pelo menos 16 pessoas.

Não se sabe ao certo que acções de responsabilização foram encetadas contra o automobilista que, segundo a PRM, cometeu uma tragédia evitável. Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, disse, há dias, que foi instaurado um processo para a responsabilização do visado, mas o seu andamento depende de outras entidades, uma vez que à Polícia cabe produzir o auto.

Face ao elevado índice de sinistralidade e mortes, como medida, diga-se paliativa, para evitar os danos, o ministério pondera interditar a circulação desses veículos à noite.

Enquanto isso, na semana finda dois indivíduos perecera, cinco contraíram ferimentos graves e 25 tiveram traumas ligeiras por conta de nove acidentes de viação,  quatro dos quais foram atropelamentos carro-peão, igual número de colisões é um despiste e choque contra obstáculo fixo.

A Polícia de Trânsito (PT) fiscalizou 3.897 viaturas, 27 das quais apreendidas por diversas irregularidades, 1.783 multas impostas e 179 automobilistas submetidos ao teste de álcool. Destes, 74 foram autuados por condução em estado de embriaguez. Contudo, os avisos de multa que têm sido emitidos nem de longe resolvem o drama, o que sugere que se está perante um problema de segurança rodoviária estrutural.

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