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SELO: PAICV de Cabo Verde e PAIGC da Guiné-Bissau são exemplos de democracia África – Por Jorge Valente

A recente vitória do Movimento para Democracia (MPD), em Cabo Verde, nas eleições legislativas decorridas na semana passada, é um claro aviso aos regimes que sobretudo estão instalados na África Austral, para sentirem vergonha das fraudes que praticam.

Essa vergonha deve ser um impulso para uma verdadeira viragem rumo à verdadeira democracia para o bem de todos. Os ideólogos dos três regimes brutais da África Austral, Frelimo, a ZANU-PF e o MPLA, que com a capa de libertadores dos respectivos países desfilam defendendo, através de interpretações viciadas de leis e defesa de fraudes, devem colher ilações daqueles partidos irmãos.

No caso de Moçambique, deve ficar claro que a Frelimo é um grande partido que libertou este país, mas isso não dá o direito de continuar a governar sem legitimidade sob a alegação de ter libertado o país, pois mesmo se não fosse a Frelimo, surgiria um outro grupo de nacionalistas que enveredaria pela luta de libertação, porque a conjuntura política internacional não favorecia a continuação do colonialismo europeu em África.

Fique claro que ninguém está contra a Frelimo, mas, sim, o que está em jogo são os males que este partido implantou em Moçambique, com a conivência dos seus ideólogos que desfilam em defesa desses males. Hoje pululam por ai bandos de lambe-botas liderados por académicos psicopatas, divididos em vários grupos, uns a desinformarem a opinião pública.

Os donos e radicais da Frelimo, que se esforçam em manter a organização no poder, não perceberam que já estão velhos e que na próxima década não terão fôlego para o que fazem hoje. Os seus filhos não serão suficientes para testemunharem uma verdadeira democracia.

A única forma de ajudar a Frelimo a sobreviver como um partido histórico de Moçambique é chamar a sua atenção sobre os males que criou e consolidou ao longo dos tempos, e urge a necessidade de corrigi-los. A Frelimo deve aceitar passar para a oposição de modo a reflectir na sua história e chamar o seu percurso à consciência.

Volvidos 41 anos de independência, as zonas centro e norte ficaram mais marginalizadas do que no tempo do colono. A Frelimo perdeu o controlo de gestão e implantou os males que só podem ser corrigidos com a alternância governativa.

A corrupção, o espírito de clientelismo, o nepotismo, a exclusão e o deixa anda estão altos e, por consequência, não há nada que se adquire sem suborno. A criminalidade está a aumentar e a Frelimo montou esquadrões de morte contra os opositores.

Não há democracia em Moçambique e a Frelimo continua a pensar que o país é da sua pertença. Nas cinco eleições que decorreram o partido nunca venceu, mas agarrou-se ao poder para garantir a sua sobrevivência.

Na Assembleia da República, a Frelimo não aceita nenhuma ideia nem sugestão da oposição e impõe as suas vontades. Que democracia se implantou? Muitos académicos subornados pelo regime desdobram-se em campanha de desinformação para manter a Frelimo a humilhar as regiões centro e norte. O que vale haver paz no meio de muitos abusos de direitos humanos e exclusão, em que uma minoria é dona do país em detrimento da maioria?

Esta realidade deve ser abordada abertamente e sem reservas para salvar a Frelimo da situação em que se encontra. Alternância governativa é a solução para a paz. Por Jorge Valente

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