A cada dia que passa ouvimos, através dos media, recados dos dois intervenientes políticos mais importantes do nosso país. Cada um exibe aquilo que lhe apetece dizer em torno do que está a acontecer do conflito (guerra) político-militar, da dívida pública e exclusão/inclusão social. Cada um parece estar à vontade, fala como se nada estivesse a acontecer no terreno e ignora por completo o fratricídio de moçambicanos.
Através dos órgãos de comunicação social, tem-se a sensação de que o diálogo entre aqueles de quem depende o fim do conflito militar já está a decorrer, mas há uma espécie de “pingue-pongue” mediático. Porém, ao nível de resultados concretos, “nem água vai nem água vem”.
Sabemos até que já há consensos entre eles a ponto de uns virem ao público manifestar a sua satisfação. Como moçambicanos não nos resta mais nada senão perguntar por que é que estão satisfeitos se o povo está a morrer?
Enquanto isso, mais incursões militares que têm resultado em mortes, feridos e perda de pertences continuam na ordem do dia nas estradas moçambicanas. Aliado a isso, o custo de vida aumenta de forma impiedosa e sufoca o paupérrimo cidadão.
Afinal, que tipo de diálogo querem para parar de nos matar, se os ouvimos diariamente trocando mimos na nossa cara?
O que o povo precisa, neste momento, é viver em paz para poder ir à machamba produzir comida, ir à pesca, fazer negócios e desenvolver outras actividades que lhe permitem sobreviver a essa nebulosidade económica que, de forma dura o afecta. O povo quer poder mandar os seus filhos à escola em paz, e não precisa de espectáculos mediáticos descabidos. Haja serenidade senhores!
Por Delfim Anacleto