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SELO: Num país sério quem nomeou Paulo Awade devia demití-lo* – Por Dércio Tsandzana

De que o governador de Tete era um mau comunicador, eu já tinha provas bastantes. A sua inoportuna aparição na televisão defraudou todas as minhas expectativas, de que em Tete existe um governante. O senhor governador é, na verdade, um “aborto político”, desafiador e corajoso.

Ele, ao dizer que os cidadãos moçambicanos que se encontram no Malawi não são refugiados está, por outras palavras, a dizer que o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, esteve naquele país para apanhar sol ou fazer turismo. Está, igualmente, a dizer que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados é totalmente incompetente.

E mais, o senhor Awade fez o impensável: desafiou a pessoa que o nomeou ao cargo de governador, pois, pese embora o Presidente da República, Filipe Nyusi, nunca tenha dito com todas as letras que são refugiados, já admitiu que os compatriotas não estão lá por acaso.

Aliás, o próprio Conselho de Ministros disse, claramente, no fim de um encontro, que no Malawi havia refugiados, ou seja, o senhor Awade desacreditou toda a estrutura do Governo moçambicano. A saga de Awade não pára e ele ousou, de forma vergonhosa, desafiar a comunicação social pública e privada para proferir despautérios. Acontece que depois de um trabalho exemplar de Francisco Mandlate (STV) e das reiteradas vezes que a RM e TVM citaram a palavra “refugiado”, referindo-se aos concidadãos no Malawi, Awade continua a não acreditar nesta realidade e prefere sonhar alto.

Prefiro prensar que ele anda sem assessores, muito desinformado ou ocupado de tal sorte que não lhe resta tempo para ler jornais, acessar Internet ou ver televisão. Penso que o senhor Awade não sabe diferenciar um refugiado de um deslocado.

Ele é um verdadeiro “Mamparra” e se estivéssemos num país sério quem nomeou este senhor devia demití-lo, porque insultou e menosprezou os moçambicanos que sofrem no Malawi, bem como desrespeitou os seus superiores hierárquicos. O sensato seria ele deixar de lamurias, sair do escritório e dirigir-se ao Malawi para ver de perto o que está a acontecer.

Por Dércio Tsandzana

*Título de autoria do @Verdade

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