Chegou a hora de partir de Moçambique. O meu afecto por este país e por este povo é profundo, e não posso despedir-me sem expressar a minha esperança para esta nação maravilhosa.
Em primeiro lugar, cabe-me dizer que os Estados Unidos sempre querem o melhor para Moçambique. Como uma nação construída por imigrantes que aspiravam a um futuro mais próspero, ansiamos que todos os povos tenham as mesmas oportunidades de correr atrás dos seus sonhos, de participar na governação e no desenvolvimento do seu país, e de criar um mundo melhor para os seus filhos.
Com a chegada do Ano Novo, espero que todos vós encareis o futuro com os olhos da esperança. Sim, é certo que Moçambique enfrentará diversos desafios em 2016. A incerteza económica e os desafios políticos não podem ser subestimados. O vosso futuro está, porém, condicionado pela honestidade no reconhecimento das fontes dos desafios, pela inclusão de todos os elementos da sociedade na procura de soluções, e pela abertura perante a próxima geração.
Foi para mim uma honra ter a oportunidade de conhecer tantos moçambicanos que diariamente transformam este país. Admirei as equipas do Ministério da Saúde e activistas comunitários ajudando os seus vizinhos a ultrapassarem o estigma e a compreenderem os benefícios do tratamento ao HIV. Celebrei com empreendedores que criam empregos e defendem iniciativas para promover as oportunidades. Aplaudi as vozes que clamam pela transparência e pela inclusão política, económica e social. Apoiei os representantes governamentais que tomaram medidas corajosas em prol do progresso. E maravilhei-me com a criatividade dos jovens inovadores que introduzem a tecnologia no mercado. Em todos esses momentos, estive do vosso lado.
Todas estas vozes são importantes. O sucesso de Moçambique nascerá da soma total das suas partes. De todas as suas partes. Para que Moçambique beneficie desta diversidade de contributos, tem que desimpedir o seu caminho para o sucesso.
Isto significa que as políticas devem assegurar que os benefícios alcancem muitos e não apenas alguns. Significa optar pela transparência que vai assegurar o uso sábio dos benefícios de investimentos futuros. O caminho mais rápido para o sucesso económico encontra-se mais facilmente na abertura – às pequenas e médias empresas, aos jovens empreendedores, e às empresas estrangeiras – do que nas barreiras erguidas por regulamentos complicados, excessivos e onerosos.
Isto significa que todos os Moçambicanos tenham uma voz no futuro do país. A democracia é difícil, mas tanto na economia como na política, a competição gera melhores resultados. Como o Presidente Nyusi disse no seu discurso de inauguração: “boas ideias não têm cores partidárias”. É preciso um esforço bem intencional para assegurar que o país já é de todos.
E isto significa uma abertura à próxima geração. Moçambique foi um dos países mais bem-sucedidos no cumprimento das metas de desenvolvimento do milénio, particularmente no aumento da sobrevivência infantil. Porém, com este sucesso, centenas de milhares de jovens entram para o mercado de emprego todos os anos. Isto é uma oportunidade para o país, mas Moçambique precisa de focalizar-se em políticas que visem dinamizar a economia e fomentar a criação de emprego.
Os Estados Unidos só querem o melhor para Moçambique, porque acreditamos firmemente que o sucesso de um país beneficia todos os outros. Nos últimos trinta anos doámos cerca de seis biliões de dólares a Moçambique. Não foram empréstimos, foram ofertas. Com programas de saúde, educação, agricultura e apoio ao clima de negócios, nós investimos no povo de Moçambique.
Sinto-me honrado por ter sido parte desta obra. Bebi a água desta terra. Mesmo à distância, acompanharei o seu progresso no sentido de um futuro luminoso e próspero.
Por Douglas M. Griffiths, Embaixador dos EUA para Moçambique