Exmo. Senhor
Na qualidade de estudante moçambicano, estudando em uma das instituições de ensino que temos no nosso país e amealhando obter uma bolsa de estudos para continuar com os estudos no exterior, preocupa-me a situação ou, mais exatamente, a desgraça em que encontra-se a digitalização (Website, Mídias sociais) e os processos de candidaturas para bolsas na instituição que o senhor director é o mais alto magistrado. É inqualificável a leveza e a falta de vontade com que o Instituto de Bolsas de Estudo (IBE) realiza suas tarefas em prol da divulgação e obtenção de bolsas nas províncias com excepção a província de Maputo. Eu explico melhor em dois pontos, caso o Sr. Director não esteja a perceber:
Primeiro, a digitalização Sr. Director, o Website do IBE (www.ibe.gov.mz) a mais de 6 meses que encontra-se em uma versão antiga ou seja as informações que o internauta tem a tristeza de lá ver são referentes aos anos passados (2012, 2013) e um Website completamente fora do contexto com o que estava Online a um ano. Sr. Director a página do IBE no facebook é uma lástima, um autêntico cemitério sem campas para dignificar a sua essência, pois a mais de oito meses que não tem uma actualização ou publicação nesse meio de comunicação. Ate então subscrever-se ao newsletter do website da vossa instituição é uma perca de tempo porque nem um email de boas-vindas enviam.
Segundo, o processo de candidatura para bolsas no IBE senhor director, será que esqueceram-se que Moçambique tem províncias, distritos, postos administrativos, localidades, etc. fora de Maputo. Talvez o Sr. Director não saiba mas nesses locais também existem alunos, estudantes, funcionários que queiram candidatar-se a uma bolsa de estudo, o que é quase impossível pois o individuo depara-se com a falta de informação e quando á têm encontra dificuldades em entregar os documentos para a candidatura, porque os termos das bolsas são claros “Os candidatos devem apresentar os documentos em formato físico assim como no formato de disco compacto (CD). As candidaturas devem ser submetidas no Instituto de Bolsas de Estudo” então pergunto ao Sr. Director como é que aquele cidadão moçambicano que esta em Cutxamano, Chibungabera, e os demais locais com acesso a internet mas sem acesso a correios ou agências de entrega por perto, irá apresentar esses documentos em Maputo? Porque são custos voltados na viagem, alojamento, alimentação, etc. sem esquecer que são mais de 3 dias e 3 noites de viagem para alguns desses locais.
Finalmente, olhando para os dois pontos acima descritos aqui deixo ao senhor director estas modestas sugestões no sentido de melhorar e evoluir consoante a realidade que vivemos na actualidade: que crie-se uma equipa interna ou contrate-se uma agência de marketing digital para cuidar e criar soluções para o vosso Website, página e outros meios de comunicação, o que traria mais impacto no vosso legado pois existem profissionais qualificados para a área no nosso país. Estamos no mundo globalizado Sr. Director, onde os estudantes fora de Maputo podem autenticar, reconhecer todos documentos requisitados para uma candidatura a bolsa e envia-los em formato digital o que seria mais prático e abrangente, pois somos muitos a espera dessa oportunidade cá nas províncias. Temos que deixar as tecnologias fazerem parte do nosso quotidiano caso queiramos progredir para um futuro próspero. Ou por outra a instituição pode providenciar postos de entrega das candidaturas nas capitais provinciais o que minimizaria o problema.
Em jeito de conclusão, á que salientar que as vezes vale a pena parar e olhar ao redor. Quanto mais não seja para descobrir que entre o umbigo e o céu existe uma imensidão de gente. Dito de outro modo, que sejam prioritárias as soluções em benefício de muitos cidadãos desse vasto Moçambique.
Muito obrigado.
Com respeito e consideração Machipanda, 15 de Fevereiro de 2016
Por David Franco