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SELO: A filosofia como crítica da razão política na sociedade – Por Rabim Chiria

Em primeiro lugar, gostaria de salientar que a política é um conjunto de acções levadas a efeito por indivíduos, grupos, governantes com vista a resolver os problemas com que se depara uma colectividade humana, no entanto, essas práticas são orientadas por imperativo: o bem comum, ordem pública, a justiça, harmonia e equilíbrio social. Portanto, esta definição monstra claramente que a pior forma de fazer política para um indivíduo é procurar convencer-se que não gosta de política.

A existência em si mostra-se estritamente ligada a prática política. Por isso a pior forma de fazer política é o indivíduo procurar convencer- se que não gosta de política. Desta forma, não fazer política significa renunciar a própria vida, visto que cada um tem um instituto natural de sobrevivência, no entanto, a existência implica necessariamente a convivência com o outro, por sua vez, a convivência requer o estabelecimento de regras. Entretanto, a política serve para regular a convivência com outro. Daí a famosa expressão aristotélica: “todo o homem é político.”

Já a filosofia política, procura compreender e esclarecer os conceitos da justiça, bem comum de Estado, tolerância, sociedade e até o próprio conceito de política. Ademais, nós, filósofos políticos, estamos cientes de que as decisões políticas deveriam sempre ser um objecto de apreciação filosófica antes de serem implementadas. Pois, o filósofo político é alguém que analisa criticamente a sociedade (identifica os aspectos positivos e negativos) e a ponta soluções filosóficas para os problemas identificados.

Por esta razão, quase em todas sociedades o filósofo não é bem-vindo, sobretudo pelos governantes, pois é considerado perturbador da sociedade, visto que cabe ao filósofo e a Filosofia denunciar a absolutização da política e a redução, à sua natureza precária. A Filosofia deve criticar a política, inclusive todas formas de dominação do homem pelo homem. Portanto, a Filosofia apresenta-se como crítica de razão política na sociedade.

Para os governantes, atitude crítica do filósofo e da Filosofia abala o mundo e a ordem política, ou seja, os filósofos chamam para si o patrono da racionalidade. Partindo desse pressuposto, Platão declara na República, que a condição para a racionalidade consiste no rei tornar-se filósofo. Levy, por seu turno, salienta que “o filósofo fala e, por isso, perturba a ordem do mundo, incluindo o próprio mundo político. Bochenski, para super-pontuar a eminência da Filosofia sobre a política, salienta o seguinte: “quem quiser saber para onde nós encaminhamos deverá prestar atenção aos filósofos, visto que aquilo que os filósofos anunciam hoje será a crença de amanhã. Por Rabim Chiria

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