O actor e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, conhecido pela sua participação em filmes de acção, acha que a violência exibida nas telas de cinema é mero entretenimento, sem qualquer relação com incidentes trágicos como o recente massacre de 20 crianças numa escola de Connecticut.
Em entrevista colectiva para lançar o seu novo filme, “O Último Desafio”, o actor de 65 anos disse que “é preciso manter (as duas coisas) separadas”. “(A violência no cinema) é entretenimento, e outra coisa é uma tragédia além do que se pode acreditar. É realmente sério, e é o que realmente importa”, afirmou Schwarzenegger, que volta a protagonizar um filme depois de passar sete anos como governador da Califórnia.
Para Schwarzenegger, o debate sobre massacres como o da escola Sandy Hook, em que um jovem armado matou 20 crianças e 6 funcionários, não se restringe ao controle de armas.
“Precisamos de analisar como lidamos com a doença mental, como lidamos com as leis de armas, e como lidamos com a paternidade”, disse.
No seu novo filme, o actor vive como um policial aposentado que assume um posto de xerife numa cidade de fronteira, e vê-se às voltas com um traficante violento. Recentemente, Wayne LaPierre, director da Associação Nacional do Rifle, disse que os filmes desse tipo contribuem para a ocorrência de massacres nos EUA.
Mas Schwarzenegger chamou a atenção para o facto de o massacre ter sido cometido pelo filho de uma professora da escola, com armas pertencentes a ela. A mulher também foi morta pelo filho, que suicidou-se após a chacina.
“Será que uma mãe precisa de pegar armas e levar os seus filhinhos para dispararem?”, questionou o actor. “Tudo precisa de ser analisado; que não fique pedra sobre pedra. Acho que é isso que devemos ao nosso povo.”