O presidente das As sociações Económicas de Moçambique (CTA), Salimo Abdula, defende que a fixação dos próximos salários mínimos nacionais deve ter em conta a realidade da economia do país.
Abdula é de opinião que se houver decisões emocionais as empresas apenas farão o possível para assegurarem os trabalhadores que têm e muitos moçambicanos vão continuar no desemprego.
“A realidade da economia deve ser discutida com toda a franqueza, para assegurar os poucos postos formais de trabalho que temos”, disse o presidente da CTA, falando Terça-feira última durante o debate sobre técnicas de fixação do salário mínimo.
“Estamos numa economia em desenvolvimento, mas que a medida que isso vai acontecendo também vão crescendo as necessidades tanto dos empregadores como dos empregados” acrescentou, citado pelo jornal “O País”).
Esta posição dos empregadores mostra que será difícil alcançar-se consensos entre as partes envolvidas na negociação do salário mínimo, uma vez que os sindicatos defendem o custo do cabaz como base de referência.
Assim, os sindicatos querem um salário mínimo de 7,200 meticais (cerca de 200 dólares), o que corresponde a mais de quatro vezes o actual salário mínimo nacional pago ao sector da agricultura.
Apesar de Moçambique estar a crescer a uma média anual de sete por cento, no ano passado a economia do país ressentiuse de diversos choques externos, com destaque para a crise financeira e subida dos preços de alimentos e combustíveis no mercado internacional, o que terá afectado o desempenho de diversas empresas.
Por isso mesmo, os sindicatos prevêem que as negociações deste ano serão “muito difíceis” devido a estes factores, associado ao custo de vida que terá originado as manifestações violentas de 1 e 2 de Setembro do ano passado.