Arrancou, este Sábado, no pavilhão da Liga Muçulmana, o Torneio Interescolar de Futsal Imael Jassat. Com a desistência do Colégio Kitabu, um herói improvável brilhou na primeira jornada. Trata-se do esquerdino Micas, da Quisse Mavota, uma equipa repescada para substituir a escola faltosa. Sakib é outro jogador que respira talento.
À partida, uma contrariedade: o já histórico nos meandros da modalidade, o Colégio Kitabu, não fará parte do grupo das equipas que durante as próximas 8 semanas se irão defrontar naquele pavilhão.
Segundo Pedro Rocha, vice-presidente do CNFM, a direcção daquela instituição de ensino recusou o convite feito pelo CNFM, alegando que a sua equipa se encontrava a disputar um número elevado de competições e que não poderia aderir àquela iniciativa. Para o seu lugar entra a iniciante Escola Secundária Quisse Mavota.
Antes da partida inaugural que pôs frente a frente as equipas da Escola Portuguesa e do Colégio Arco-íris, fez se um minuto de silêncio em memória da figura de Ismael Jassat, assassinado há bem pouco tempo, e que teve grande influência na existência do futsal em Moçambique. Aliás, foi o que se verifi cou no início das restantes as partidas.
No primeiro jogo, a Escola Portuguesa goleou o Colégio Arco-íris por 7-1, num jogo bastante desequilibrado, com a balança a pender claramente para os miúdos da Portuguesa que iam jogando a seu bel-prazer.
A primeira parte da contenda foi a mais produtiva no que aos golos diz respeito. Nesse período a Escola Portuguesa saiu a ganhar por cinco bolas sem resposta. A segunda serviu para alargar a vantagem para sete golos (7-0), tendo o golo de honra do Arco-íris surgido a três minutos do fim da partida. Era o prenúncio de uma tarde cheia de golos.
Um jogo renhido
Na partida seguinte a Escola Emílio Guebuza venceu os miúdos da Secundária Josina Machel por 3-2, num jogo bastante renhido, com alguns jogadores da Josina na bancada a reclamarem o facto de não terem sido avisados da participação da sua escola naquele torneio. Porém, a responsabilidade deste défi ce de informação é da direcção da escola e não da CNFM.
Efectivamente, à CNFM coube a missão de enviar os convites às escolas, sendo responsabilidade destas fazer a selecção dos jogadores que as representariam. A ser verdade o que dizem os alunos, há necessidade de a direcção da escola resolver a questão para o bem do torneio e da modalidade.
A terceira partida foi a mais rica em termos de saldo de golos, foram no total 10, com vantagem para a Comunidade Mahometana que defrontou a Internacional.
A vitória da Comunidade começou a ser desenhada logo aos quinze segundos da partida, por Mobin, que termina com êxito um lance iniciado pelo número 5 Sakib, este último que foi a melhor unidade em campo e, quiçá, da jornada, terminando a partida com um hat-trick e duas assistências. O resultado final foi de 8-2, com o combinado da Comunidade Mahometana a evidenciar-se como um dos candidatos ao título.
No jogo menos empolgante da tarde a Escola Estrela Vermelha defrontou e derrotou a Noroeste 2, por 6-2, resultado que teria atingido proporções astronómicas se não fosse a intervenção do guarda-redes da Noroeste 2, que fez uma mão cheia de grandes defesas, corrigindo de certa forma os erros que os seus colegas da equipa iam cometendo ao longo do jogo. Destaque positivo vai para o combinado oriundo da Escola Estrela vermelha que tem um conjunto de jogadores com muito boa técnica individual.
O penúltimo jogo foi o mais corrido da jornada, pois nele estavam frente a frente duas equipas que se cruzam frequentemente nos campeonatos da cidade, nomeadamente a Noroeste 1 e a Manyanga, esta que vinha de uma derrota pesada (14-3) contra a Josina numa partida disputada nas primeiras horas da manhã, a contar para o campeonato da cidade. Mas neste levaram a melhor sobre o Noroeste com o resultado de 5-2.
O número 9 Amin foi expulso por acumulação de amarelos (a primeira expulsão do torneio), sendo, por conseguinte, a equipa mais indisciplinada da jornada, com um total de quatro sanções disciplinares, designadamente três amarelos e um vermelho. O resultado do jogo teria sido diferente se não fossem os constantes erros cometidos pela equipa do Noroeste 1 no capítulo da fi nalização.
Último jogo
A Acácias e a Quisse Mavota fecharam em grande a primeira jornada do torneio. Foi sem sombra de dúvidas o jogo da tarde. Pouco ou nada se sabia da equipa da Quisse Mavota, ao contrário da sua oponente que já vem edificando a sua fama nos circuitos do Futsal, graças às suas boas prestações nos últimos anos.
Os miúdos da Acácias entraram muito bem no jogo tendo marcado muito cedo, logo aos sete minutos da primeira parte, fruto de uma retracção (típica de estreante) da Escola Secundária Quisse Mavota nos primeiros instantes, facto que não levou muito tempo pois logo depois a equipa descobriu-se e começou a dar trabalho ao sector defensivo do adversário.
Fruto desta pressão, a Quisse consegue empatar a partida por intermédio do número 15 Micas que desfere um potente remate a aproximadamente 6 metros da baliza sem hipóteses para o guarda-redes da Acácias, tendo sido com este resultado que as duas equipas saíram para o intervalo.
Na segunda parte os miúdos da Acácias voltaram a estar em vantagem por intermédio do número 8 René, colocando- se a vencer pela margem mínima.
A Quisse Mavota, que não havia baixado os braços, em duas jogadas excepcionais de Micas e bem aproveitadas pelo número 12 Manuel, deu a volta ao resultado, vantagem que se teria avolumado se não fosse a pronta intervenção do guarda-redes da Acácias que defendeu com mestria dois potentes remates do esquerdino Micas, a melhor figura em campo.
A lista dos melhores marcadores é liderada por Sakib (Mahometana) com 3 golos, e Manuel (Quisse), Júlio (Estrela), Walter (Estrela), Ricardo (Portuguesa), Fábio (Portuguesa), Walter Gamule (Portuguesa), Fernando (Manyanga), Fenício (Manyanga) com 2 golos.