Federação Sul-africana de Futebol (SAFA) admitiu ser “vergonhoso” o facto de a sua selecção ficar privada do local escolhido para estagiar para o Mundial/2010, uma negligência que contraria os planos do seleccionador.
“Sabíamos em Maio de 2004 que íamos albergar o Mundial em 2010. Esperava- se, por isso, que a SAFA asseguraria o melhor campo de treinos disponível, uma vez que jogamos em casa. No entanto, não o fizemos e agora perguntamos o que esteve mal”, lamentou o presidente executivo da SAFA, Leslie Sedibe, eleito há apenas um mês e que qualificou a situação de “vergonhosa”.
O seleccionador dos Bafana- Bafana, o brasileiro Carlos Alberto Parreira, tinha insistido na exigência de contar com um local afastado da cidade, de difícil acesso para os adeptos e perto do aeroporto, de forma a facilitar a mobilidade da equipa. O Esselen Park Scholl of Excellence, um complexo desportivo em avançado estado de degradação, foi o local escolhido: eram necessários 16 milhões de rands (cerca de 1,5 milhão de euros) para a sua reabilitação, mas agora já não há tempo para o fazer, uma vez que a selecção vai concentrar-se a 3 de Maio. Face a este contratempo, a África do Sul vai trabalhar na Sandown High School, instalações muito mais perto do centro urbano e longe das exigências de Parreira.
A permanente instabilidade interna da federação, que culminou com a queda do presidente Raymond Hack, e a eleição de Leslie Sedibe contribuíram para a negligência que prejudica a selecção do país organizador do Mundial. A África do Sul integra o Grupo A com a França, Uruguai e México e impôs-se o objectivo de passar a primeira fase, para não ser a primeira selecção anfitriã a falhar o apuramento para a segunda fase. Carlos Alberto Parreira vai juntar a maioria dos seus pupilos em Março durante três semanas no Brasil, imediatamente após defrontar a Namíbia (3), no desafio que vai inaugurar o estádio de Durban.
