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SADC/ Guebuza discute crise no Lesotho

O Chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, chegou a meio da tarde de Domingo em Maseru, capital do Lesotho, para, na qualidade de Presidente da Troika do Órgão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para a Politica, Defesa e Segurança, procurar formas de ajudar este pequeno reino montanhoso a ultrapassar uma crise política que se instalou depois das eleições de 2007.

Para além de participar na Cimeira da Troika do Órgão, Guebuza também agendou entre o final da tarde de Domingo e Segunda-feira encontros de consulta com a Comissão Eleitoral Independente do Lesotho (IEC) e com o Conselho Cristão local (CCL). A cimeira também deverá contar com a presença do Rei Mswati III, da Swazilândia, e Presidente cessante da Troika e cuja chegada está prevista para segunda feira, bem como do ministro zambiano da defesa, em representação do estadista zambiano, Rupiah Banda, e que assume a vice-presidência do Órgão.

O CCL é uma instituição religiosa que tem vindo a desempenhar um papel relevante na facilitação do diálogo entre os actores políticos do Lesotho, havendo, no entanto, a necessidade da Troika do Órgão definir modalidades da colaboração e valorização deste esforço local.

Guebuza deverá ainda, segundo um programa de trabalhos que a AIM teve acesso, reunir-se em consultas com representantes dos partidos políticos da oposição, do partido no poder e, finalmente, com todos os interessados no diálogo político nesta monarquia constitucional que, para além da crise em questão, enfrenta altos índices de prevalência do vírus do SIDA. Projecções indicam que cerca de um terço da sua população, estimada em dois milhões de habitantes, e’ seropositiva.

Guebuza também tem agendado encontros de cortesia com o Primeiro- Ministro do Lesotho, Bethuel Pakalita Mosisili, e com o Rei Letsie III. Para já ainda e’ uma incógnita a proposta elaborada pela Troika do Orgão para ajudar as partes envolvidas na crise a chegarem rapidamente a um entendimento. “Penso que a Troika vai avançar com uma proposta depois de ouvir as partes”, disse o Secretário Executivo da SADC, Tomaz Salomão, falando a imprensa moçambicana em Maseru.

Porém, segundo Salomão, caso as partes não avancem nada nesse sentido, “a Troika deverá propor algo para aproximar as posições dos actores políticos neste país”. “Os partidos políticos, incluindo o governamental, têm a plena consciência que o tempo não esta do lado deles. Se há que se emendar instrumentos legais, isto tem de ser feito nos próximos 12 meses”, explicou Tomaz Salomão. As próximas eleições deverão ocorrer em 2012. A ajuda para a reconciliação, principalmente na esfera sócio-política, é praticamente um imperativo urgente, sabido que esta não é a primeira crise política que abala este antigo protectorado britânico que apenas faz fronteira com apenas um único país, a África do Sul.

Desde a sua independência, em 1966, Lesotho foi vivendo vários momentos de agitação política, traduzido, por vezes, em tentativas ou mesmo golpes de Estado. A gestão dos períodos que sucedem as eleições parece ser um dos grandes desafios do Lesotho, pois até aqui os processos eleitorais são caracterizados por um ambiente relativamente tranquilo. Mas praticamente todo o período politico pós – eleitoral é repleto de tensões, de rivalidades e acusações, principalmente entre os actores políticos.

Nesta deslocação ao Lesotho, Guebuza faz-se acompanhar pelos ministros da defesa, Filipe Nyussi e dos negócios estrangeiros, Oldemiro Baloi.

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