O ministro da Defesa da Ruanda está a comandar uma rebelião no leste da República Democrática do Congo, e Uganda também enviou tropas para ajudar a insurgência num letal ataque contra forças de paz da ONU, segundo um relatório da entidade ao qual a Reuters teve acesso, Terça-feira (16).
O Grupo de Especialistas do Conselho de Segurança disse num documento confidencial de 44 páginas que Ruanda e Uganda, a despeito das suas negativas, continuam a apoiar os rebeldes do grupo M23, que há seis meses lutam contra as forças do governo congolês.
O texto diz que o M23 ampliou o território sob seu controle, intensificou o recrutamento de menores para actividades militares e executou sumariamente os recrutas e os prisioneiros.
“O governo de Ruanda continua a violar o embargo de armas por meio do apoio militar directo aos rebeldes do M23, à facilitação do recrutamento, ao estímulo e facilitação de deserções das FARDC (Forças Armadas congolesas) e também do fornecimento directo de armas e munições, inteligência e assessoria política”, diz o relatório.
A Uganda e a Ruanda negam essas acusações. “A cadeia de comando do M23 na prática inclui o general Bosco Ntaganda e culmina com o ministro ruandês da Defesa, general James Kabarebe”, acrescentam os especialistas, que monitoram a adesão às sanções da ONU e ao embargo armamentista em vigor no Congo.
Ntaganda, um ex-general congolês apelidado de “Exterminador”, é procurado pelo Tribunal Penal Internacional, de Haia, que o acusa de crimes de guerra, como o recrutamento de crianças como soldados.
