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Romênia elege novo presidente para sair da crise

Mais de 18 milhões de romenos são convocados às urnas este domingo para eleger seu presidente para os cinco próximos anos, numa eleição crucial para este país abalado pela recessão e mergulhado numa grave crise política desde a queda do governo, em meados de outubro. Doze candidatos, todos homens, se enfrentam na primeira eleição presidencial organizada na Romênia desde a entrada do país na União Europeia (UE), em 2007.

O vencedor deverá ser conhecido apenas depois do segundo turno, no dia 6 de dezembro. Os favoritos das pesquisas são o atual presidente de centro-esquerda, Traian Basescu, e o atual presidente do Senado, o social-democrata Mircea Geoana. Ambos reúnem entre 30% e 32% das intenções de voto no primeiro turno, superando amplamente o liberal Crin Antonescu.

Num momento em que muitos romenos se dizem “desencantados” com a política, 20 anos depois da queda do ditador comunista Nicolae Ceausescu, a participação pode ser inferior a 50%. Para mobilizar os eleitores, Geoana e Basescu, dois ex-integrantes do regime comunista, apostam em suas diferenças de estilo.

Traian Basescu apresenta-se como um “lutador” pronto para batalhar contra seus adversários do Partido Social Democrata (PSD), que acusa de servir apenas seus interesses próprios. Ele gaba-se de ter levado o país à UE e de ter sido o primeiro a condenar oficialmente os crimes perpetrados durante o comunismo. Sua prioridade é a “modernização” do Estado, um objetivo que pretende alcançar diminuindo o número de parlamentares. “Basescu teve boas iniciativas durante seu primeiro mandato, mas sem estratégias para aplicá-las. Ele deveria refletir sobre o fato de ter ficado completamente isolado” no cenário político, comentou à AFP o analista Cristian Ghinea.

Já Mircea Geoana, ministro das Relações Exteriores de 2000 a 2004, se apresenta como “um homem de diálogo” capaz de “restaurar a unidade da Romênia”, abalada segundo ele por seu adversário. Para reforçar esta imagem, ele não duvidou em oferecer um buquê de rosas vermelhas às esposas de seus rivais Basescu e Antonescu durante o único debate entre os candidatos, realizado na noite de sexta-feira. “Deveríamos ter um vigoroso plano anticrise de seis a 12 meses, com iniciativas como o lançamento pelo Estado de um grande projeto de construção de alojamentos sociais para os jovens casais”, disse Geoana à AFP.

Porém, para o analista político Daniel Barbu, o candidato do PSD “faz propostas financeiramente irrealizáveis”. Um dos primeiros desafios do próximo presidente será restabelecer a estabilidade política para obter a terceira parte de uma ajuda de 20 bilhões de euros concedida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a UE e o Banco Mundial. O pagamento é condicionado à formação de um novo governo para substituir o executivo de Emil Boc.

Cerca de 20 ONG devem acompanhar a votação de domingo, com atenção especial para os colégios eleitorais “especiais” instalados nas estações de trens e nos hospitais para as pessoas que estão muito longe de suas casas. “Várias medidas como a instalação de câmeras de vigilância foram tomadas para coibir o voto múltiplo, mas estamos preocupados com a possibilidade de irregularidades”, disse uma delegação da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) enviada em missão em Bucareste.

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