Dezenas de famílias de muçulmanos rohingyas presentes em uma lista de refugiados que devem ser repatriados para Mianmar no final desta semana fugiram de campos em Bangladesh onde estavam vivendo, disse um líder rohingya nesta segunda-feira, no momento em que Mianmar se prepara para começar a recebê-los de volta.
“A maioria das pessoas na lista fugiu para não ser repatriada”, disse Abdus Salam, líder rohingya no campo de Jamtoli, situado cerca de 40 quilômetros a sudeste de Cox’s Bazar, em Bangladesh, acrescentando que a maioria fugiu para campos vizinhos para evitar ser detectada e forçada a voltar.
Bangladesh e Mianmar concordaram no final de Outubro em iniciar a repatriação de centenas de milhares de refugiados rohingyas que fugiram de Mianmar para escapar de uma repressão do Exército, mas a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) e grupos humanitários dizem que ainda há dúvidas sobre sua segurança e condições em Mianmar caso retornem.
A repatriação da primeira leva de dois mil refugiados deve começar oficialmente em 15 de novembro, e no domingo autoridades de Mianmar disseram que estão prontas para começar a recebê-los nesta semana.
Na semana passada mais de 20 indivíduos da lista de pessoas que podem voltar submetida por Bangladesh disseram à Reuters que se recusarão a voltar a Rakhine, Estado do oeste de Mianmar do qual fugiram, afirmando estarem aterrorizados.
