O director geral da companhia mineira australiana Rio Tinto, Eric Finalyson, anunciou quinta-feira a descoberta de gás natural na província central de Tete, em Mocambique.
O facto foi anunciado durante um seminário sobre “Oportunidades de Negócios”, realizado na cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, e que foi orientado pelo ministro do Plano e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, tendo também contado com a presença de representantes de pequenas e médias empresas, entre outros convidados.
Citado pelo jornal Diário de Moçambique, Finalyson disse que os testes realizados indicam a presença do gás natural na estrutura do carvão. “Esta poderá ser uma outra oportunidade económica”, sublinhou Finalyson, sem precisar se as quantidades existentes são comerciáveis. Referiu, porém, que uma prospecção nesse sentido pode determinar o volume das reservas, para sua posterior exploração. Na ocasião, ele apelou para que este recurso possa ser aproveitado de modo a desenvolver as pequenas e médias empresas, porque se houver projectos para o efeito, necessitarão de serviços de apoio, a semelhança da exploração do carvão mineral.
Falando durante o evento, Aiuba Cuereneia, sublinhou que a província de Tete está no seu auge de desenvolvimento, mercê do grande potencial, em termos de recursos minerais, agro-pecuários, turísticos, entre outros. Apontou que a província tem registado uma subida assinalável do fluxo de investimentos nos últimos cinco anos, com impacto positivo no crescimento económico e criação de postos de emprego para cidadãos nacionais nos diversos sectores de actividade económica, com particular destaque para os sectores mineiro, agro-processamento, construção, indústria e serviços. Em termos de projectos aprovados o ano passado, foi registado o valor total de cerca de 424 milhões de dólares, resultantes de 21 projectos de investimento, traduzindo-se assim um notável incremento do investimento aprovado nos últimos cinco anos, quando comparado com o montante de 16 milhões de dólares alcançados na sequência de oito projectos aprovados em 2006.
O ministro do Plano e Desenvolvimento apontou que no domínio de recursos minerais, estão em fase de pesquisa 36 empresas estrangeiras e nacionais e duas outras já iniciaram a exportação, nomeadamente a Vale Moçambique e Minas de Moatize. Quanto às infra-estruturas, Cuereneia mencionou a construção da nova ponte sobre o rio Zambeze e no sector agro-industrial a fábrica de processamento de cereais no distrito de Angónia, com uma capacidade para processar diariamente 100 toneladas.
No âmbito da exploração do carvão, serão também construídas três centrais térmicas, designadamente da Vale Moçambique, com a capacidade de 2.400 mega watts (MW), Rio Tinto (2.000 MW) e a Jindal África (2.600 MW). Com o arranque em Novembro do ano passado da exportação mineira pela Vale Moçambique, perspectiva-se a construção de novas infra-estruturas de transporte de mercadorias e passageiros, complementados pela grande logística necessária, que inclui o estabelecimento do porto seco de Moatize, para garantir o fornecimento de bens e serviços aos grandes projectos, ora em curso e a iniciar a sua fase de exploração.
“Daqui decorre o primeiro grande desafio para o sector empresarial local, incluindo as comunidades no fornecimento de um conjunto de bens e serviços, nomeadamente bens alimentares (carnes, peixe, hortícolas, frutas, transporte, hotelaria e turismo, construção civil), entre outros”, frisou.
